quinta-feira, 15 de março de 2012

Deu Santorum no Alabama e Mississipi






Santorum beija a mulher, Karen, com o filho John ao fundo
Foto: Reuters


Santorum beija a mulher, Karen, com o filho John ao fundoREUTERS
WASHINGTON e NOVA YORK - Com duas importantes vitórias nos estados sulistas de Alabama e Mississippi, o ex-senador Rick Santorum deu nesta terça-feira um grande passo para se firmar como a alternativa conservadora ao líder das primárias republicanas até aqui, o ex-governador Mitt Romney. Os dois estados estão no coração conservador do Sul dos EUA, principal reduto dos republicanos no país.
— Conseguimos outra vez! Ele (Romney) gastou um bocado de dinheiro contra mim, para um candidato que se diz inevitável — disse Santorum, que apelou pela união dos conservadores, dando uma indireta para que o ex-deputado Newt Gingrich renuncie.
Santorum discursou em Lafayette, centro da indústria de petróleo e gás da Louisiana, outro estado sulista que terá primárias neste mês, no dia 24. Nesta terça-feira, o Havaí também realiza sua prévia.
No fim da tarde, em entrevista à rede CNN, Romney havia dito que Santorum estava no “fim desesperado de sua campanha”. Quando os resultados começaram a sair, assessores de Santorum mandaram um recado com a resposta: “É apenas o começo”. No Alabama, 50 delegados estavam em jogo; no Mississippi, 40.
No entanto, Romney ficou no terceiro lugar no Mississippi e empatado no segundo lugar com Gingrich no Alabama.
No Alabama, Romney e Gingrich tiveram 29% dos votos, com uma diferença de cerca de 2 mil votos de vantagem para Gingrich, contra 35% de Santorum. Já no Mississippi, o ex-governador de Massachusetts ficou com 30%, três pontos atrás de Santorum e um atrás de Gingrich.
No caucus (assembleia eleitoral) do Havaí, Romney venceu com 45% dos votos, seguido por Santorum com 25%. Ron Paul ficou em terceiro, com 19%, e Gingrich no último lugar com 11%.
A expressiva vantagem matemática de Romney na contagem geral de delegados que escolherão o candidato republicano está levando as campanhas de seus dois principais oponentes a adotarem uma estratégia alternativa. Em vez de advogar que haverá uma virada de jogo nas primárias, Santorum passou a defender publicamente que a corrida será decidida na convenção nacional. Newt Gingrich trabalha com a mesma expectativa nos bastidores. Ambos esperam que a divisão da base republicana continue e impeça que Romney alcance até lá a marca de 1.144 delegados, que assegura a nomeação.
Na avaliação de Santorum e Gingrich, se Romney chegar à convenção sem o número suficiente de delegados, os ânimos estarão acirrados e ganhará força a tese de que ele não tem o apoio da base conservadora que define a linha ideológica do partido. Isso facilitaria uma decisão política, com a formação de uma aliança em torno do candidato conservador mais bem posicionado. O ideal nesta estratégia é que até agosto um dos dois, Santorum ou Gingrich, abandone a disputa.
O cálculo político de Santorum e Gingrich prevê uma negociação em duas etapas. A primeira começa antes do encontro nacional, nas convenções estaduais. Isso porque, na complicada regra americana, vários dos delegados que foram distribuídos entre os candidatos nas primárias só terão seus votos “amarrados” de verdade após as convenções estaduais, que vão ocorrer em datas distintas, mas antes de agosto. Na contagem do Comitê Nacional Republicano, são 258 delegados nesta condição até a última sexta-feira.
A segunda etapa se daria na convenção nacional propriamente dita, onde há 168 superdelegados capazes de decidir a disputa. Estes superdelegados são presidentes regionais do Partido Republicano e políticos veteranos, uma espécie de grande conselho com direito a voto. Santorum explicitou a estratégia em entrevista anteontem:
— Se terminarmos indo para a convenção, este é um partido conservador. E se uma oportunidade desta surgir, eles (os delegados e superdelegados republicanos) não vão nomear um moderado governador de Massachusetts.
Gingrich tem sido mais comedido nas palavras. Apesar de seus próprios estrategistas terem comentado que vitórias ontem no Alabama e no Mississippi seriam cruciais para a manutenção de sua candidatura, o ex-presidente da Câmara tem afirmado reiteradamente que vai continuar na corrida até o fim. Enquanto isso, ele toca uma articulação de bastidor para que o ex-pré-candidato Rick Perry — com trânsito entre conservadores, evangélicos e simpatizantes do movimento popular Tea Party — seja seu vice na chapa a ser apresentada na convenção, segundo a Foxnews.com.
Líder diz que virada de rival seria ‘um milagre’
Ainda que seja pouco viável, Santorum e Gingrich esperam ao menos se beneficiar de subprodutos desta estratégia. Ela pode ajudar nas articulações de apoios políticos dentro do partido e para levantar dinheiro junto a doadores, de forma a sustentar uma longa disputa (que não deve acabar antes de maio, mesmo que Romney continue se distanciando na contagem de delegados).
Segundo, advogar que a disputa só será decidida no campo final de batalha pode ajudar a minar a aura de “candidato inevitável” que tem ajudado Romney a obter votos e se firmar como o mais provável nomeado. Terceiro e mais esperado, pode levar a base ultraconservadora a finalmente escolher entre Santorum e Gingrich já nas próximas rodadas, o que forçaria a renúncia de um deles e providenciaria o confronto direto que aumentaria as chances de Romney ser derrotado.
— Se ele é capaz de produzir um milagre, então que seja, ele será o candidato — afirmou Romney anteontem, respondendo diretamente à argumentação de Santorum. — (Chegar à convenção sem um candidato já definido) simplesmente não vai acontecer.

2 comentários:

Clara disse...

Enquanto eles se enrolam na disputa o Obama se fortalece. Pelo menos eu espero...

Alberto disse...

Santorum já deu o que tinha que dar.
Os astros dizem que Obama dará uma goleada no Romney nas eleições presidenciais.