SÃO PAULO - O ator Reynaldo Gianecchini, de 39 anos, não conteve as lágrimas na reestreia da peça “Cruel” no Teatro Faap em São Paulo na noite desta terça-feira. Afastado do trabalho desde agosto do ano passado, período no qual se submeteu ao tratamento de um linfoma não Hodgkin de células T, o ator foi aplaudido de pé logo na primeira cena, na qual contracenava com Erik Marmo. Ao final, fez um dicurso emocionado de agradecimento.
- Não tenho como não falar da minha felicidade por estar aqui hoje. Não quero perder nenhuma oportunidade de agradecer. Meu coração não cabe de tanta gratidão. Primeiro quero agradecer a este ser iluminado que tive a sorte de ter como mãe - disse o ator.
Na plateia, Heloisa Gianecchini, mãe do ator, também chorou. Depois do espetáculo, Heloisa disse que a recuperação é um renascimento.
- Foi uma noite maravilhosa. Pude vê-lo recuperado, fazendo o que mais ama. O vi no palco pleno, muito mais maduro como ator. Foi um renascimento para o amor e para vida. Fico feliz que ele possa servir de exemplo e conforto para outras pessoas que estejam passando pelo mesmo - disse Heloisa.
Abraçado aos colegas de elenco Erik Marmo e Maria Manoella, Gianecchini lembrou que o espetáculo, adaptação e direção de Elias Andreato de um texto de August Strindberg, foi uma iniciativa e uma produção de amigos. Agradeceu aos colegas da classe artística que compareceram à reestreia e fez uma homenagem aos médicos e enfermeiros que o acompanharam no Hospital Sírio-Libanês.
- Fiquei muito emocionado ao ver ao longo destes meses tanta competência, amor pela profissão e respeito pelo ser humano. Estou falando de meus médicos e toda a equipe de enfermeiros. Vocês me ajudaram a estar aqui e sempre farão parte da minha vida.
Antes de se despedir, o ator ainda emocionado disse que “estamos aqui para aprender a amar, para trocar”. Ao longo de mais uma hora enecenação, Gianecchini atuou com energia e prazer. Numa cena na qual Tekla, personagem de Maria Manoella, afirma que ele não mudara nada, Gianecchini, intéprete de Gustavo, olhou-se no espelho, alisou a careca, e brincou: “só um pouco”, arrancando risos da plateia.
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