- Chefe, você me enganou ou se enganou.
- Como assim, Ivanildo ?
- Você passou quase uma hora me explicando a história da Pasárgada, do poema do Manuel Bandeira, (foto) dizendo que o lugar não existia.
Ele, quase enfiando a cabeça no monitor, ajeita os óculos sobre o nariz e sentencia:
- Pasárgada fica na praia do Campeche a 400 metros do mar, no Sul da Ilha de Florianópolis, entre as praias da Joaquina e Morro das Pedras.
Vejo o site. É de uma pousada chamada Pasárgada, mas não quero desiludir o meu fiel escudeiro. Ainda bem, pensei, que ele não descobriu a outra Pasárgada.
Ledo engano, o meu.
- Tem outra, mas fica muito longe.
Desce o cursor e me mostra a tela na Internet:
Pasárgada era uma cidade da antiga Pérsia e é atualmente um sítio arqueológico na província de Fars, no Irã. Foi a primeira capital da Pérsia.
- Ótimo, Ivanildo, boa pesquisa. Mas, qual a razão, você vai me sugerir um artigo sobre as Pasárgadas ?
- Não, chefe. Vou pedir demissão e vou-me embora para Pasárgada. Minha dúvida é se é a do Irã, que fica muito longe ou se é a de Santa Catarina que deve estar sob as águas...
Faço uma pergunta retórica:
- Você pode me dizer o motivo da sua decisão ?
- Alguns chefe, para citar só o Rio de Janeiro... Não posso viver numa cidade que tem um vereador chamado Jerominho. Que esse vereador chamado Jerominho seja eleito, mesmo estando atrás das grades, acusado de assassianto de PMs e de chefiar milícias. E que a Câmara Municipal adote uma porção de casuismos para salvar o mandato dele.
Penso dez segundos e pergunto:
- Ivanildo, quando embarcamos ?
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