sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

A Crise Financeira Americana - Os Reflexos no Brasil - Márcio Cavour

Em atenção à solicitação do leitor George, o leitor e colaborador Márcio Cavour retorna a nossas páginas.
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Com a crise havida no sistema financeiro americano, muitos bancos e investidores que tinham investimentos no Brasil foram obrigados a tirar o dinheiro aplicado aqui, na Bolsa ou em outros tipos de investimento, porque passaram a precisar do dinheiro lá. Por isso, principalmente, a Bolsa aqui despencou.
A crise no sistema financeiro gerou uma diminuição da capacidade dos bancos em continuarem a emprestar para o setor produtivo. Isso gerou um efeito cascata, uma vez que as indústrias e o comércio passaram a ter dificuldades em continuar a obter empréstimos para financiarem suas atividades.
Com a diminuição dessas atividades, as empresas começaram a demitir, a dar férias coletivas para diminuir a produção e os seus estoques e tentarem novos tipos de promoções para facilitar o consumo.Até o Presidente Lula veio a público pedir para as pessoas continuarem a consumir.Seria uma forma de manter viva a atividade econômica e diminuir o impacto sobre toda a cadeia produtiva. O noticiário mostrando a crise faz com que as pessoas se encolham, deixem de comprar com medo de também virem a perder seus empregos e não terem como pagar compromissos que em condições normais assumiriam tranqüilamente. Existe, assim , um efeito psicológico que contribui para agravar a crise.
Mas o problema nas montadoras americanas não tem nada a ver com o Brasil.Há muitos anos se sabe que as montadoras americanas estão obsoletas, continuando a produzir carros ineficientes e pouco econômicos.Mesmo antes da crise se previa que este ano provavelmente a General Motors perderia o posto de maior fabricante mundial para a Toyota. Há gente boa , como o Paul Krugman, Prêmio Nobel de Economia deste ano, que arrisca dizer que as grandes montadoras americanas poderão desaparecer em alguns anos.
A ajuda que será dada a elas pelo Governo será um paliativo.

4 comentários:

Anônimo disse...

Agradeço ao Bob's Blog pelo pronto atendimento a meu pedido e ao Sr. Marcio Cavour parabenizo, por, mais uma vez, redigir um texto claro, objetivo e sem economês.
Abraços.

Anônimo disse...

Muito obrigado pela excelente análise. Ela é tão boa que nos faz refletir sobre o desatino que sempre vivemos no Brasil, o qual aparece estampado claramente em duas chamadas de primeira página que do GLOBO de hoje. Uma notícia encima a outra, para dar maior ainda visibilidade à estapafúrdia. "Bank of America demite 35 mil" e "No Brasil, o Senado Federal cria novo orgão e 854 cargos." A festa continua em Versalhes ou na Ilha Fiscal, como quer que se chame a pocilga da fantasia onde chafurdam os Sarneys,os mensaleiros, o Guia Delles e o diabo a quatro! Não há mesmo a menor compostura, nem no momento de extrema gravidade em que vivemos?

Anônimo disse...

No final do comentário, o Marcio diz com toda propriedade que qualquer dinheiro injetado na indústria automobilística americana é mero paliativo.
Parabéns ao Senado Americano que corajosamente estancou esta sangria patrocinada pelo Bush e apoiada pelo Obama.
Lá os interesses dos eleitores estão realmente protegidos pelos eleitos.

AAreal disse...

Bom o artigo e bom o comentário do Alberto del Castillo