Mas que conversa fiada é essa de que Lula quer que a investigação do mensalão, do caixa 2 do PT e da corrupção em empresas estatais vá fundo, doa em quem doer, mesmo que não reste pedra sobre pedra?
Menos, menos.
Desde que não ameace o mandato dele e, se possível, a reeleição, ele quer, sim. Ou melhor: ele se conforma com a investigação. Caso contrário, nunquinha.
Pois não é assim que ele procede desde que pipocou perto dele o caso Waldomiro Diniz? Como o caso poderia detonar o ministro José Dirceu e bater na porta dele, Lula não mexeu um dedinho para que ele fosse apurado. Muito pelo contrário.
Também foi assim quando pipocou o caso da propina de R$ 3 mil paga a um funcionário de terceiro escalão dos Correios e Telégrafos. O caso teria ficado circunscrito ao que parecia ser se o deputado Roberto Jefferson não tivesse berrado.
Lula jogou todas as suas fichas para impedir a criação da CPI dos Correios. Depois para impedir que fosse instalada. Depois para que o governo a controlasse. Depois para criar uma CPI paralela e chapa branca do Mensalão.
Perdeu. Mas ontem emplacou o presidente e o relator da CPI Mista do Mensalão que tentou torpedear quando foi criada no Senado.
Então diga lá: isso é comportamento de quem defende a busca da verdade acima de todas as coisas? De quem promete cortar na própria carne se necessário for?
Na carne dele, não. Na dos outros, pode ser.
Lula entregou a cabeça de José Dirceu e renegou o PT quando disse que dele se distanciou ao se eleger presidente. Está disposto a pagar qualquer preço para permanecer onde está - e, se possível, continuar ali por mais quatro anos.
É compreensível. Mas é isso.
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