sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Guido Mantega


O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse achar "temerário" que se tente mudar as diretrizes do governo Lula após as eleições e que, se isso ocorrer, o novo governo "vai apanhar".
"O destino do Brasil já está traçado, mesmo que haja mudança na administração, que não seja um candidato petista que ganhe a eleição, mas de outro partido. As principais diretrizes são conquistas do povo brasileiro. Se mudar, vai apanhar. Se alguém assumir e começar a mudar isso, não vai se aguentar no governo", disse.
Em entrevista à BBC Brasil, Mantega disse duvidar que o Bolsa Família e outros programas sociais possam ser desativados.
"Mesmo com as eleições, o curso das políticas já está dado. Acho temerário que algum novo governante venha a mudar uma série de diretrizes que estão dando certo. Eu duvido que desative o Bolsa Família, os programas sociais. A população não vai deixar. Duvido que diminua investimentos públicos, que bancos públicos diminuam sua atuação, que a Petrobras deixe de ser a principal agente do pré-sal", acrescentou.
A grau de influência do Estado na economia e nas instituições deve ser um dos principais temas da eleição presidencial e, segundo Mantega, o Brasil não caminha para o "velho estatismo".
"No Brasil, o estado tem o papel de estimular o crescimento, mas isso não significa a volta do estatismo, isso não tem nada a ver com o que deve acontecer no início da industrialização. (...)Hoje, o Brasil é um país industrializado, então, o Estado tem de ter uma função de indutor de alguns setores. Não é o velho estatismo, mas é uma maior participação do Estado do que os liberais pregam."
Mantega rebateu também críticas de que o Brasil passa por um momento de "virada nacionalista" com o novo marco regulatório do pré-sal.
"Acho que essa visão é equivocada. O capital estrangeiro no Brasil tem o mesmo status que o capital nacional, não há restrição. As normas do Brasil são claras e são cumpridas. Agora, no campo do petróleo, que é um campo estratégico, a coisa é diferente.(...) Não vamos misturar as coisas. O Brasil não é um país que muda, que caminhou para um nacionalismo xenófobo. Defender os interesses nacionais, todos os países defendem. Nunca vi mais bandeiras nacionais do que nos Estados Unidos."

3 comentários:

AAreal disse...

Eles falam em pré-sal mas o que já exploram é a pressão.

Alberto del Castillo disse...

O que ele quis dizer é que o Brasil há uns 15 anos vem acertando o rumo e os controles financeiros que permitiram uma situação estável mesmo diante da crise mundial.
A falácia está em insinuar que os programas sociais deste governo são perfeitos e não passíveis de aprimoramento por futuros governantes.
A ameaça de instabilidade de futuros governos que alterem as diretrizes atuais é uma recaída do autoritarismo típico do governo Lula.

doutor carlos disse...

Vou mais longe do que disse o Del Castillo. Vejo uma clara ameaça no que diz esse sinistro personagem. Deduzo que ao afirmar que não se atrevam aqueles que eventualmente derrotarem o petismo nas eleições do ano que vem a mudarem qualquer coisa que foi feita nesses oito anos de lullismo. Os que se atreverem enfrentarão nossas massas revolucionárias - é o que se contém por detrás desse arrogante alerta. De fato, ele conta com que, a qualquer momento, essas massas podem ser acionadas através da organização montada nesses oito anos e que compreende o MST e os Sindicatos. É claramente a república sindical que nunca foi desmontada pelos desastrados militares.