quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Lula: Partilha de cargos, Base unida


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta segunda-feira, durante discurso na posse de Alexandre Padilha, (foto) na Secretaria de Relações Institucionais, a partilha de cargos como forma de manter a base unida.
Padilha substitui José Múcio Monteiro (PTB) que irá assumir uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU). O nome de Múcio já foi aprovado pelo Senado. Em seu discurso de posse como ministro, Padilha foi abundante em elogios a Lula, a quem chamou de "meu presidente". Lula, por sua vez, foi irônico com as declarações de seu novo auxiliar. Muito concorrida, a cerimônia lotou um salão do Itamaraty.
" Se eu soubesse que o Padilha era tudo isso que ele disse que é eu não o teria indicado para ministro. Teria indicado alguém menos lulista e menos petista "
No seu discurso, Lula afirmou que é importante o governo ter uma base aliada no Congresso e os partidos terem compromisso com o governo. Ao falar sobre o preenchimento de cargos pelos aliados, o presidente disse que não conhece nenhum governo que ao ganhar as eleições nomeou inimigos para os cargos de confiança.
Ao receber o cargo, o novo ministro não escondeu sua forte ligação com o PT e disse que entrou para a política por causa da atuação do presidente Lula.
- A minha geração começou na política e só se juntou na política pela liderança do senhor (Lula) - disse Padilha no discurso. - Essa geração disputava intensamente na política, mas quando chegava para ser liderada pelo presidente Lula todo mundo cantava uma música só.
Lula, porém, ironizou o currículo que Padilha fez questão de destacar.
- Se eu soubesse que Padilha era tudo isso, tinha indicado alguém menos lulista e petista - disse o presidente. exibeSMS("politica")
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Apesar das citações, Padilha, que nunca concorreu a cargo público, recebeu reprimenda de Lula por não ter mencionado o nome da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, também presente na cerimônia.
-Você não a elogiou e, portanto, vai saber o peso da Casa Civil em suas decisões - disse Lula.
Outro que não foi citado foi o ministro Paulo Bernardo (Planejamento).
" Você não elogiou a Dilma e, portanto, vai saber o peso da Casa Civil em suas decisões "
- O homem do orçamento, a quem de vez em quando você tem que se dirigir para liberar o dinheiro, e você não disse nada para ele - reclamou Lula.
O presidente defendeu o Congresso Nacional ao lembrar que ele representa a sociedade e expressa a vontade do eleitor. Aproveitando a nomeação de Múcio para o TCU, Lula pediu que seu ex-colaborador ajude no destravamento de obras que estão paralisadas por suspeitas de irregularidades. Ele adiantou que pretende se reunir brevemente com ministros, parlamentares e representantes do TCU para definir um "comportamento" do tribunal para que não crie obstáculos para obras. Médico de 38 anos, Padilha acena a congressistas
Alexandre Padilha, até agora chefe da subsecretaria de Assuntos Federativos da Presidência, é médico de 38 anos e responsável pelo relacionamento do governo federal com governadores e prefeitos - muitos deles presentes ao evento, junto de parlamentares que se dispuseram a estar em Brasília em uma segunda-feira à tarde.
Padilha afirmou também que participou da ideia da coalizão de governo, que hoje reúne pelo menos 15 partidos, e fez acenos para os congressistas, com quem passa agora a se relacionar.
- O primeiro desafio do nosso ministério é fazer com que a base que está no Congresso participe cada vez mais das decisões do governo e, sobretudo, se sinta contemplada e receba os créditos das boas ações e das conquistas do governo - afirmou, ao mesmo tempo em que citava nominalmente lideranças do Parlamento, além dos nomes de prefeitos e governadores.
Múcio, que esteve à frente da pasta desde 2007, foi chamado de "amigo" por Lula depois de o presidente dizer que quando assumiu ele não gozava de sua intimidade política.
Também já ocuparam o ministério das Relações Institucionais Walfrido Mares Guia, Jaques Wagner, Aldo Rebelo e Tarso Genro, muitos deles presentes ao evento desta tarde.

Um comentário:

Alberto del Castillo disse...

Pelo currículo do atual Ministro e de seus antecessores, este Ministério deveria estar subordinado ao Butantã para com todo o veneno disponível ampliar a produção de soro anti-ofídico.