quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Lula em Nova Iorque


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu na noite de segunda-feira, em Nova York, um prêmio do Woodrow Wilson Center, um instituto de pesquisas criado em homenagem ao 28º presidente americano, por serviços prestados à democracia. Além de Lula, também foram homenageados no Hotel Waldorf Astoria o empresário brasileiro Eike Batista, que preside o grupo EBX, e o americano Rex Tillerson, presidente da Exxon Mobil Corporation. Lula foi aplaudido de pé por uma plateia de cerca de 300 empresários, diplomatas e políticos americanos e brasileiros.
" Estamos num momento quase mágico na economia brasileira "
Lula teve direito a um vídeo com sua biografia, de retirante nordestino e líder metalúrgico a presidente. Num discurso de improviso, disse que aceita o prêmio como uma homenagem ao povo brasileiro e às instituições democráticas.
- Comemoramos hoje a democracia participativa. Já fizemos mais de 50 debates com a sociedade para saber como fazer as políticas públicas. A próxima que quero fazer é para debater a internet. Com tantas revoluções diante de nosso nariz, a gente não sabe como regulá-la - disse. Eike Batista fez extenso elogio a Lula e destacou a participação de suas empresas em parcerias com o governo. No vídeo, a trajetória de Lula foi comentada em depoimentos de empresários como o presidente do Conselho de Administração da Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter. Foram exibidas imagens dos grevistas do ABC desafiando a ditadura militar e de comícios das Diretas Já. Lula apareceu no vídeo dizendo que as "caravanas pelo país foram a universidade" que ele nunca frequentou.
A vitória de Lula em 2002 foi exibida como o principal motivo para o prêmio, assim como a melhoria dos índices sociais no Brasil e a redução da pobreza durante seus dois mandatos. Ele recebeu elogios de Michelle Bachelet, presidente do Chile, que o chamou de "homem do povo". E declarou-se surpreso por ser elogiado por Gerdau: "Ele tinha medo que o Brasil se tornasse uma república sindicalista".
Lula disse que a crise econômica foi a oportunidade para que houvesse um decisivo investimento em infraestrutura no Brasil. Ele acusou empresários brasileiros de "covardia" diante da crise, porque deram férias coletivas aos empregados para reduzir a produção. O presidente previu que 2010 vai ser um ano "extremamente promissor", porque teve coragem de enfrentar a crise. Lula lembrou os anos Bush nos EUA. Disse que, enquanto seu colega americano era obcecado em caçar terroristas, ele estava preocupado com os 44 milhões de brasileiros abaixo da linha da pobreza.
- Quando começamos a botar dinheiro nas mãos de gente mais pobre, o varejo passou a vender tanto que não existe mais crise no crédito consignado no Brasil. Estamos num momento quase mágico na economia brasileira - disse Lula, que prometeu chegar ao fim do ano tendo criado mais de um milhão de novos empregos.

Um comentário:

Alberto del Castillo disse...

A criação de novos empregos é o dado mais positivo da nova economia.
Indica que empresas crescem e os beneficiados pelas várias bolsas do governo ainda querem trabalhar.