BRUXELAS, BERLIM e WASHINGTON — A Espanha aceitou pedir socorro financeiro à União Europeia para os seus bancos e se tornará o quarto país da zona do euro à recorrer ao resgate desde que a crise atingiu o continente. O valor do resgate para evitar a quebra de parte do sistema financeiro, de acordo com o site do jornal espanhol “El País”, pode chegar a € 100 bilhões. Após uma semana de rumores, a confirmação veio do ministro da Economia espanhol, Luis de Guindos, por volta das 14h40m (horário de Brasília) deste sábado.
Os detalhes técnicos do resgate foram acertados durante uma teleconferência de emergência do Eurogrupo — que reúne os ministros das Finanças da zona do euro — convocada para o fim da manhã deste sábado e que terminou por volta das 13h30m.
Ainda de acordo com o “El Pais”, Guindos disse que a cifra de € 100 bilhões conta com uma “ampla margem de segurança” para convencer o mercado. Na sexta-feira, o FMI havia estimado o montante necessário em pelo menos 40 bilhões de euros (R$ 100 bilhões), após ter submetido o setor financeiro do país a um teste de estresse — procedimento que avalia a capacidade de bancos para lidar com problemas. O FMI concluiu que, apesar de bem gerido, o setor bancário espanhol é vulnerável.
Guindos informou que o FMI participará do resgate em um papel de apoio, que deve ser transferido para o Fundo de Reestruturação Ordenada Bancária (Frob), fundo público espanhol de ajuda ao setor bancário. De acordo com AFP, o Eurogrupo não exigirá um plano de austeridade em contrapartida pela ajuda financeira aos bancos.
Há algumas semanas os países da UE vinham pressionando a Espanha a solicitar um resgate europeu para os seus bancos — e que isso fosse feito antes da eleição grega do dia 17, cujos resultados podem levar a Grécia a desistir das medidas de austeridade acordadas antes e, assim, tornar provável sua saída da zona do euro.
“A decisão sobre a Espanha só será tomada pelos ministros... (em uma segunda teleconferência)”, disse um dos funcionários da UE antes do início da reunião.
Diversas fontes da União Europeia e da Alemanha já haviam dito à agência de notícias Reuters que a Espanha deveria pedir hoje à UE um socorro para os seus bancos. Irlanda, Grécia e Portugal já receberam ajuda do bloco desde que a crise europeia começou.
Em entrevista a uma rádio alemã, Jean-Claude Juncker, presidente do Eurogrupo de ministros das Finanças, clamou por uma solução imediata da crise da dívida espanhola:
— A solução precisa ser rápida.
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