sábado, 30 de junho de 2012

Mudança na OGX - Eike Batista substitui Presidente


Paulo Mendonça é substituído por Luiz Carneiro, presidente do estaleiro OSX


RIO — Após perdas de R$ 13,8 bilhões na Bolsa de Valores nos últimos dois dias, o empresário Eike Batista anunciou na quinta-feira o afastamento do executivo Paulo Mendonça da presidência da OGX, a companhia de petróleo do grupo. O corte na estimativa de produção da OGX desencadeara, na quarta-feira, uma onda de perdas para as demais empresas “X”. A queda das ações começou com a notícia de que aprodutividade dos poços do campo Tubarão Azul, na Bacia de Campos, foi rebaixada de 20 mil barris diários para cinco mil barris. Paulo Mendonça era considerado o homem-forte de Eike Batista na sua principal empresa, a OGX.
A  presidência da petrolífera será ocupada por Luiz Carneiro que até então ocupava a presidência da OSX, empresa do grupo do setor naval. Paulo Mendonça fará parte do conselho de administração da EBX. O diretor da OSX Carlos Eduardo Bellot assumirá sua presidência.
— O mercado está me vigiando, mas vou sair dessa situação rapidamente e vamos passar a usar uma linguagem mais técnica para o mercado — disse Eike Batista, reforçando que continua prevendo produção de 250 mil barris por dia.
Um executivo do setor de petróleo disse que fissuras nas rochas dos reservatórios são comuns na Bacia de Campos. Para ele, Eike Batista teria se precipitado ao prever um volume de produção nos poços, antes da realização dos testes.
No mesmo dia, a OGX voltou a registrar fortes perdas na Bolsa, efeito de uma crise de confiança do mercado sobre o futuro da companhia. O papel recuou 19,2%, a R$ 5,05, após chegar a derreter 23,52% durante o pregão. O valor de mercado das sete companhias “X” — letra com a qual o empresário batiza seus negócios — acumularam agora uma perda de R$ 13,8 bilhões de valor de mercado em dois dias. Na quarta-feira, o tombo foi de R$ 8,37 bilhões, também liderado pela OGX, no maior revés de Eike Batista no mercado financeiro, e ontem, R$ 5,43 bilhões.
A perda das ações torna mais distante o sonho do empresário brasileiro de se tornar o homem mais rico do mundo. Eike, que chegou a ser o 10 homem mais pelo ranking da Bloomberg News, lançado em março deste ano, caiu ontem para a 27 posição da lista, após perder US$ 3,8 bilhões de sua fortuna pessoal em dois dias, para US$ 19,6 bilhões.
No ranking dos bilionários da Bloomberg, Eike foi ultrapassado por nomes como o sócio da Christian Dior Bernard Arnault (US$ 22,4 bilhões), o especulador George Soros (US$ 21,9 bilhões), a sócia da L'Oreal Liliane Bettencourt (US$ 21,7 bilhões) e o industrial de chocolates Michele Ferrero (US$ 21,3 bilhões). O segundo brasileiro mais bem colocado na lista é Jorge Paulo Lemann, com US$ 15,9 bilhões, um dos controladores da Anheuser-Busch InBev.
As ações ordinárias (ON, com voto) da OGX Petróleo acumulam baixa de 39,67% em dois dias. Ontem, as ações de outras empresas do empresário foram novamente contaminadas, como LLX Logística (-8,07%), MPX Energia (-1,57%), PortX (10,56%), OSX Estaleiro (11,05%), CCX Carvão (-8,80%) e MMX Mineração (-17,08%).
Com o novo tombo, as ações da OGX acumulam perda de 50,97% no mês e 62,92% no ano. O papel vale menos da metade do preço pago pelos investidores na Oferta Pública Inicial (IPO) das ações, em junho de 2008.

  

Um comentário:

Alberto disse...

Esta perda é simbólica (valor de mercado) e também pode ser recuperada simbolicamente se mesmo nada fazendo as ações voltarem aos valores anteriores. O único problema é a ameaça de manipular as informações para atender o mercado.