quinta-feira, 21 de junho de 2012

Presidente Dilma abre a reunião de cúpula da conferência e passa a presidência do evento a Patriota




RIO — Ao participar da abertura da conferência Rio+20, o próprio secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, afirmou que esperava um documento mais ambicioso e ressaltou que o desenvolvimento sustentável é uma questão urgente. Em seu discurso, conclamou os chefes de Estado presentes à Rio+20 a transformarem em ações as palavras do documento aprovado na conferência. O diplomata, que veio diretamente da reunião do G20 em Los Cabos, no México, cobrou o mesmo empenho dedicado ao tratamento da crise na zona do euro.

Ban afirmou que as boas intenções anunciadas na Rio 92 não foram suficientes para produzir as mudanças necessárias, e que agora os líderes mundiais precisam agora definir um modelo para a economia do século XXI, um modelo que tire as pessoas da pobreza e respeite os limites dos recursos naturais.
— A agenda aqui na Rio+20 é igualmente urgente e até mais abrangente. Minha mensagem aos líderes mundiais é clara: o desenvolvimento sustentável é uma ideia cuja hora chegou — disse.
— Nosso desafio aqui é dar vida a essa visão, não apenas com palavras, mas com ações.
O secretário-geral da ONU destacou, além do documento acordado entre os países-membros, a grande mobilização da sociedade civil e de empresários que acontece em torno da conferência.
— A Rio+20 serviu como um catalizador para um movimento global pela mudança. Este será um de seus legados mais duradouros — disse.
Antes do discurso de Ban Ki-moon, a presidente Dilma Rousseff abriu a conferência e transferiu a presidência do evento ao chanceler Antonio Patriota, na presença de dezenas de chefes de Estado no Riocentro.
— Não tenho dúvida de que estaremos à altura dos desafios que a situação global nos impõe — disse Dilma, em breve fala no plenário do pavilhão 5 do Riocentro.
Em seu discurso ainda durante a cerimônia de abertura, o presidente do Conselho Econômico e Social, Milos Koterec, falou sobre a necessidade de monitorar os esforços para implementação das políticas de desenvolvimento sustentável e “a necessidade de que a sociedade civil abrace essa causa.”
Confira a íntegra do áudio discurso de Ban Ki-moon em inglês
O grande discurso da presidente Dilma, no entanto, será às 16h, quando vai defender o documento aprovado nesta terça-feira, dizendo que o texto está apontando para o futuro. Ela também vai tentar responder às críticas dizendo que é preciso pensar no longo prazo, nas próximas gerações.
Até agora 57 países pediram encontros bilaterais com Dilma. Pela agenda confirmada até o momento, a presidente está dando prioridade às nações africanas. Amanhã ela terá uma reunião com representantes da União Africana, que reúne países da África subsaariana, mostrando que ela continua engajada na política de integração Sul-Sul.
O esquema de segurança foi reforçado e apenas os carros credenciados estão tendo acesso às imediações do centro de convenções. Esta é a maior conferência já realizada pela ONU. Ao longo de todo o dia, os chefes de Estado e de governo participarão de debates e mesas-redondas, além de terem encontros bilaterais. Representantes da sociedade civil e do mundo acadêmico entregarão uma lista de 30 propostas aos governantes.


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