sábado, 30 de junho de 2012

Fé e Esperança no STF - Maria Helena RR de Sousa



Tenho amigos que vêm desde a adolescência. Posso dizer que crescemos juntos para a vida. Unidos, a ponto de nossos filhos serem sobrinhos de todos e os filhos dos filhos, sobrinhos-netos.
Vocês hão de rir de minha comparação, mas a cada vez que penso nas 11 cabeças do STF me lembro de quando nos reuníamos na casa de um de nós para escolher onde jantaríamos naquela noite ou que filme veríamos.
Sempre, mas sempre mesmo, levamos mais tempo parlamentando, discutindo, rindo, resmungando e dando opinião em cima de opinião, do que jantando ou dentro do cinema...
Se num grupo de amigos queridos, em assuntos que em princípio não têm nada de controverso, a não ser filme-cabeça não!, pizza nunca mais!, etc., a decisão final era complicada, o que esperar de 11 senhoras e senhores que se reúnem para guardar nossa Constituição?
Conheci aqui no Blog os textos do professor Joaquim Falcão. Que passei a admirar pelo modo como pensa e escreve. Na segunda 26/6 seu artigo Cresce em toda parte a autoridade da Suprema Corte, diz:
“(...) De certa maneira estamos voltando à aldeia antiga. Onde a autoridade comunitária residia nos velhos sábios de reputação ilibada. De vida vivida e comprovada. Sem ambições futuras que não o bem de sua própria aldeia.
Estes fatores – reputação pessoal, isenção política, desambição corporativa e de enriquecimento - estão voltando à moda. O mundo está exausto da apropriação pessoal e política das instituições democráticas”.
Creio que nossa maior preocupação agora deva ser seguir atentamente o Julgamento do Mensalão, zelosos com o único dos Três Poderes que nunca nos fez sair às ruas revoltados. Vamos confiar nesses juízes togados que honrarão não quem os nomeou, mas nossa Constituição. “Sem ambições futuras que não o bem de sua própria aldeia”. Eu acredito nisso.
Temos um Executivo anódino e um Legislativo tisnado por manchas indeléveis. Do guardião de nossa Constituição, como tal, não temos queixa. Neste momento, talvez o mais sério dos sérios, serão 11 juízes sem ambições futuras que não o bem de sua própria aldeia. Sempre lembrando que são 11 cabeças a pensar e decidir.
Ontem um amigo muito querido, que já deu à turma dois sobrinhos-netos, transmitiu-me o pensamento de um seu colega, membro aposentado do MP/ RJ, David Millech: “Brilhante é a sentença a nosso favor e data venia a que nos é adversa.”
É por aí.

Um comentário:

Alberto disse...

Será que o "Professor" Falcão sabe o local de trabalho dos Srs Levandowski e Dias Toffoli?