Para o Rio de Janeiro ser uma cidade marcante, um divisor de águas na história mundial, como Bretton Woods, será necessário que a “Rio+20” seja, não apenas um evento comemorativo do passado, mas uma reunião que traga propostas alternativas capazes de reorientar os destinos da humanidade e construir um futuro diferente da continuação do passado.
Será preciso que os Chefes de Estado e de Governo afirmem que a civilização está doente, mostrem os riscos que enfrentamos e proponham caminhos para os próximos 50 anos, com a reorientação do atual modelo de desenvolvimento.
Devem deixar claro que a sinergia histórica entre a Democracia Política, o Crescimento Econômico, a Inovação Técnica e o Bem-Estar Social foi quebrada.
O progresso baseado no crescimento econômico está esgotado devido ao surgimento de alguns novos fatores na realidade sócio-político-econômica: os limites ecológicos, apresentando custos e riscos ao aumento da produção; a independência como o sistema financeiro funciona sem vínculos com o setor produtivo e sem controle de fronteiras; a mega-concentração de renda e de patrimônio em mãos de poucas pessoas do mundo; a revolução científica e tecnológica que começa a fazer desnecessário o emprego; o esgotamento da capacidade de financiamento público para o sistema de bem-estar social; o endividamento dos governos, mesmo em países desenvolvidos.
Soma-se a isso a legítima, mas impossível, exigência de grandes contingentes populacionais à voracidade do consumo.
Na definição de novos rumos para o mundo global em marcha, Chefes de Estado e de Governo devem levar em conta esses fatores que limitam o crescimento e oferecer alternativas socio-político-econômicas diferentes do progresso.
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