sábado, 16 de junho de 2012

O Achismo Ambiental


Ministra criticou pressões internacionais para que o Brasil “cuide de suas florestas”


BELO HORIZONTE - A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, criticou, na noite desta quinta-feira, pressões internacionais para que o Brasil “cuide de suas florestas”, mas que “se esquecem de defender o homem”. Na abertura do congresso mundial da Associação de Governos Locais para Desenvolvimento Sustentável (Iclei), em Belo Horizonte, em discurso para prefeitos de todo o mundo, ela disse ainda que é preciso abandonar o “achismo ambiental” e passar a tirar do papel os acordos.
- (As pessoas) Defendem muitas vezes a fauna, mas se esquecem de defender o homem. Não vi em nenhum momento uma manifestação concreta e expressiva de natureza política e internacional para ajudar a população da Amazônia. Vejo toda manifestação internacional para questionar se o Brasil é capaz de defender suas florestas. É preciso reverter esse quadro.
Antes, a ministra disse que visitou Manaus há duas semanas e ficou impressionada com os estragos das cheias, consideradas as maiores dos últimos anos. Em discurso para especialistas e prefeitos de todo o mundo, Izabella disse que o Ministério de Meio Ambiente não deve se ater estritamente ao tema da pasta, mas também estar integrado com toda as políticas públicas dos governo federal e promover a inclusão social.
A ministra disse que algumas metas não foram incluídas na Rio 92 por serem consideradas, na época, muito distantes. Ela relata que, na conferência, a ideia de muitos participantes é que 20 anos depois era muito tempo para se planejar algo. Para Izabella, essa visão tem de mudar na Rio+20. Ela prega que, além do planejamento a médio prazo, deve haver também a preocupação com causas urgentes.
- Políticos têm dificuldades de implementar ações cujo benefício político não é imediato. – criticou.
BH é a primeira cidade da América Latina que recebe o evento. O ICLEI, sigla para “International Council for Local Environmental Initiatives”, reúne mais de 1,2 mil cidades de cerca de 70 países. Participantes estão considerando o encontro, que vai até domingo, como uma instância preparatória dos governos locais para a Rio+20.

  

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