sábado, 2 de junho de 2012

Os Apagões do Mensalão - Sandro Maia



A única informação confirmada é esta : no escritório de advocacia do ex-ministro Nelson Jobim encontraram-se sigilosamente para uma conversa um ex-presidente da República e um ministro do Supremo Tribunal Federal.
Não sabemos sequer se o dono do escritório participou da conversa, se participou de toda a conversa, se participou de parte da conversa, ou se só serviu cafezinho e frutas aos seus convidados.
Sabemos que da conversa produziu-se um caos.
Para que tais personagens se encontrariam secretamente ? Há algumas hipóteses tais como:
• Sentiam saudades um do outro. 
• Tinham confidências para trocar. 
• Queriam trocar ideias sobre a seleção de Mano Menezes.
Ou nenhuma das anteriores.
Segundo uma versão publicada pela revista Veja e posteriormente confirmada rumorosamente pelo ministro Gilmar Mendes, do STF, o ex-presidente Lula encaminhou uma conversa esquisita sobre a inconveniência da data do julgamento do mensalão e fez uma disfarçada oferta de blindagem contra supostas acusações que apareceriam contra o ministro da CPI do Cachoeira.
Uma chantagem disfarçada ou apenas uma conversa inconveniente?
No testemunho de Nelson Jobim, essa conversa não existiu. Ou melhor: não existiu nesses termos.
Segundo nota do Instituto Lula, a versão da revista Veja é falsa e provocou “indignação” ao seu patrono que, ao contrário de seus hábitos, calou-se.
Como observou a jornalista Dora Kramer, não se trata de versões conflitantes sobre uma mesma conversa. Há apenas uma versão- a do ministro Gilmar- e duas negativas: a de Lula e a de Nelson Jobim. 

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