domingo, 24 de junho de 2012

Novo Presidente no Paraguai


Ministro José Féliz Fernández Estigarribia diz que irá apelar para a compreensão de todos



O novo presidente Federico Franco nomeia os ministros Carmelo Caballero e Jose Felix Fernandez Estigarribia (esquerda)
Foto: Gustavo Segovia
O novo presidente Federico Franco nomeia os ministros Carmelo Caballero e Jose Felix Fernandez Estigarribia (esquerda)GUSTAVO SEGOVIA
BUENOS AIRES — Diante da reação negativa dos principais líderes sul-americanos com o impeachment que destituiu o presidente Fernando Lugo, na sexta-feira, o novo chanceler paraguaio, José Féliz Fernández Estigarribia, disse ao GLOBO que seu país pretende participar da próxima cúpula de presidentes do Mercosul e que até sexta-feira à noite não havia recebido qualquer comunicação sobre a exclusão do Paraguai do encontro, que será realizado semana que vem, na província argentina de Mendoza.
Perguntado sobre as duríssimas declarações das presidentes Dilma Roussef e Cristina Kirchner, o ministro paraguaio, que assumiu o cargo na noite de ontem, afirmou que “tenho grande respeito por Dilma, Cristina e Pepe (Mujica) e apelaremos a compreensão de todos”.- Até o momento nossa presença está confirmada, temos grande interesse em ir e em continuar trabalhando com nossos sócios do bloco - assegurou o novo chanceler, por telefone.
- O Paraguai vai respeitar todos os seus acordos internacionais. Vamos apresentar nossos argumentos e esperamos continuar trabalhando juntos - enfatizou Estigarribia, que até o ano passado foi secretário geral da Associação Latino-americana de Integração (ALADI), em Montevidéu.
Logo após a destituição de Lugo, os países sul-americanos apressaram-se em criticar o que chamaram de “golpe de Estado”. O primeiro foi o presidente do Equador, Rafael Correa, que anunciou que seu país não reconhece o novo governo do Paraguai. Logo vieram a líder argentina Cristina Kirchner e o boliviano Evo Morales.
- A decisão do governo equatoriano é de não reconhecer o novo governo paraguaio. O que aconteceu é absolutamente ilegítimo - disse Correa a uma emissora de TV do Equador.
Mais cedo, evitando o tom de ameaça, a presidente Dilma já citava possibilidades de sanção como a expulsão do Paraguai de órgãos multilaterais como a Unasul, presidida por Lugo, e também do Mercosul. Em um processo que durou dois dias, Lugo foi considerado culpado de não cumprir suas funções ao deixar que crescesse um conflito social no Paraguai. Poucos minutos após a destituição, o então vice-presidente Federico Franco jurou como novo chefe de Estado.

  

Um comentário:

Alberto disse...

Em primeiro lugar, participar de iniciativa proposta em conjunto por Chavez, Morales, Correa e Kirchner deve ser avaliado com cuidado. Exige-se do Brasil como líder da região um mínimo de coerência. Nossa política tradicional de não intervenção só deve ser alterada se houver risco claro e imediato de ameaças à soberania democrática da região como foi o caso da ocupação das refinarias brasileiras pelo exército de Evo Morales.
Como nada foi feito então é difícil justificar a Mega Aliança da Unasul contra o Paraguai que foi destruído pela Tríplice Aliança no século XIX.
Não somos obrigados a concordar com os procedimentos políticos e jurídicos de nossos vizinhos mas daí a promover intervenções e sanções a la EEUU é o mesmo que abrir as portas de Roma para os bárbaros ao desrespeitar o princípio de autodeterminação dos povos.