- Ao menos votaram a Lei Geral no Congresso. A bola está com eles agora. Queremos atos e não mais só palavras - disse Blatter.
RIO - A paciência de Joseph Blatter com a organização da Copa do Mundo no Brasil parece estar acabando. Nesta sexta-feira, no último dia da reunião do Comitê Executivo da Fifa, em Zurique, o presidente da entidade voltou a cobrar mais ação nos preparativos para o Mundial de 2014.
Dois dias antes, na quarta, Blatter havia usado um tom diferente, reiterando confiança na organização da Copa.
- Depois da reconfirmação recebida da presidenta Dilma Rousseff e do governo brasileiro quanto ao cumprimento de todas as garantias, estamos confiantes de que, apesar das muitas tarefas que todos nós ainda temos pela frente, o Brasil organizará uma Copa do Mundo da FIFA excepcional em 2014 - afirmara Blatter na ocasião.
Blatter confirmou que Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa, segue coordenando os preparativos para a Copa mesmo após a revolta do governo brasileiro devido à polêmica declaração de que o país precisava de um "chute no traseiro" por causa dos atrasos nas obras e na aprovação da Lei Geral.
- Não há nenhuma mágoa nesse sentido por parte do governo, e este assunto está encerrado - disse Blatter.
A Lei Geral da Copa foi aprovada na última quarta-feira. O ponto mais polêmico, a liberação da venda de bebidas alcoólicas, foi aprovado. O texto, que agora segue para apreciação do Senado, suspende os efeitos do Estatuto do Torcedor durante a Copa.
A reunião do Comitê Executivo também deve causar efeitos na forma como a Fifa investiga a corrupção. Blatter disse nesta sexta, em seu Twitter, que o plano de dar mais poderes à comissão de ética da entidade foi aprovado. Blatter quer dividir o comitê em dois órgãos - um para investigar irregularidades cometidas por cartolas e outra para julgá-los.
- Dia histórico para o processo de reforma da Fifa; comitê de ética com duas câmaras aprovado. Uma câmara investiga e a outra câmara age como juiz. Propus isso em junho de 2011 - escreveu Blatter. - Satisfeito por o comitê executivo ter concordado em me apoiar nessa reforma crucial.
A Fifa afirmou que a reforma do comitê de ética era um dos aspectos defendidos por Mark Pieth, professor do Instituto de Governança da Basileia, que foi nomeado pela Fifa para comandar as reformas na entidade após uma série de denúncias de corrupção nos últimos anos.
Um comentário:
No meu tempo futebol se resolvia no campo. Agora a disputa passou a ser nos gabinetes na imprensa e nos tribunais.
Estão matando a galinha dos ovos de ouro
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