Nos jornais de hoje é noticiada mais uma falcatrua, que supera os 100 milhões de reais. Licitações de compra de medicamentos para hospitais públicos nos quais falta tudo, não por falta de dinheiro e sim por falta de cadeia para esses safardanas. Foram presos mas logo, como sempre, serão soltos por força de uma das liminares cujo estoque, no judiciário, não falta. A nós falta sangue nas veias para efetivamente protestarmos de forma veemente.
Se um infeliz, que nasceu e cresceu na mais absoluta miséria, com o cérebro danificado para sempre por falta de alimentos, por neuroses e outros problemas psiquiátricos assalta e mata, não tem liminar, recursos jurídicos nem mesmo advogados, vai mofar na cadeia por muitos anos e está certo que assim seja. Lamentavelmente, pelas condições em que se encontra a cabeça do sujeito, mas está certo. Se um bando de privilegiados, a maioria deles nascidos em classes abastadas e criados com babás e papinhas importadas, estudando nos melhores colégios, freqüentando os melhores clubes, fazendo curso superior e "Emibiei" se reúne em seus escritórios refrigerados de dia para arquitetar o roubo de remédios dos pobres, e à noite finalizam os seu planos em prostíbulos, aí nada acontece, no máximo são incomodados durante um curto espaço de tempo para prestar alguns (poucos)depoimentos.
Adiante. O infeliz que roubou e assassinou uma pessoa - no ato, de uma forma ou de outra sempre colocou em risco a própria vida, vai pagar. Ao bando, como no caso concreto das manchetes de hoje, que com o seu articulado e bem estudado roubo - que tem como conseqüência milhares de mortes de pessoas, sempre muito pobres, crianças e velhos, que são os que mais precisam de remédios dos hospitais públicos, nada acontecerá, com nunca aconteceu. A propósito: do bando dos sanguessugas alguém está em cana?
Vivemos num país infelicitado e nada estamos fazendo. Todos somos culpados, a começar por mim, no mínimo por vergonhosa omissão.
Lauro Freitas
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