É cedo para dizer o que vai acontecer na eleição de prefeito em São Paulo, mas de uma coisa podemos estar certos: é a mais extraordinária do ano.
Não pela falsa razão de ela funcionar como “ante-sala” da próxima eleição presidencial. A experiência nos ensina que, por mais importante que seja – em função do tamanho da cidade e de seu papel na economia brasileira – saber quem é seu prefeito em nada nos ajuda a prever o rumo que tomará a sucessão no Planalto.
O que ela tem de mais relevante este ano é que exemplifica o modo como funcionam atualmente nossos dois principais partidos. Na eleição de São Paulo, PT e PSDB deixam claras suas diferenças.
Nada indica que Lula tenha pensado na candidatura de Fernando Haddad depois de consultar pesquisas de opinião que mostrassem que era preponderante a vontade de renovação no eleitorado paulistano.
Ao contrário, o que elas indicavam em 2011 era o bom desempenho dos candidatos conhecidos. Como sempre acontece nas pesquisas feitas a grande distância da eleição, lideravam nomes que já haviam disputado outras vezes e eram lembrados pelos entrevistados.
Marta Suplicy e Serra estavam na frente, com a senadora sempre acima do ex-prefeito.
Não foi, portanto, em função de resultados de pesquisa que o ex-presidente optou por Haddad. No máximo, olhou os números da rejeição e avaliou que Marta teria dificuldade para crescer e atrair a maioria necessária a vencer no segundo turno.
Algo que um candidato inteiramente novo poderia conseguir, mesmo se começasse de baixo nas intenções de voto.
Quando se decidiu e levou o PT a apoiá-lo, Lula fez um lance arriscado. Que todos seus desafetos nas oposições, especialmente os observadores políticos na mídia conservadora, consideraram equivocado – para dizer o mínimo.
Um comentário:
Equivocado é o processo de escolha de candidatos no Brasil.
Nada tem a ver com a opinião pública e tudo a ver com os conchavos dos cardeais dos diversos partidos.
Democracia já na escolha de candidatos!!!!
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