Para indústrias, redução será de 28%. Mudanças entram em vigor no início de 2013
BRASÍLIA - No pronunciamento de 7 de Setembro, nesta quinta-feira, a presidente Dilma Rousseff anunciou a redução média de 16,2% nas contas de energia elétrica das residências e de 28% para as indústrias. Dilma afirmou que a redução do custo da energia vai tornar o país mais competitivo e permitirá a redução dos preços no mercado interno e nas exportações, além de ajudar as indústrias em dificuldades, evitando demissões de trabalhadores.
As medidas serão publicadas na próxima terça-feira e entrarão em vigor no início de 2013. Para Dilma, o pacote representa "a mais forte redução de energia elétrica que se tem notícia no país".
Presidente cobra redução das taxas de juros dos bancos- Os consumidores residenciais terão uma redução média de 16,2%. A redução para o setor produtivo vai chegar a 28% porque os custos de distribuição são menores, já que operam na alta tensão. A queda no custo de energia tornará o setor produtivo ainda mais competitivo. Os ganhos serão usados, sem dúvida, para redução de preços para o consumidor brasileiro como para os produtos de exportação, o que vai abrir mais mercado. A redução também vai ajudar as indústrias em dificuldades, evitando demissões de empregados - afirmou.
Dilma disse que o Brasil entrou em um novo ciclo de desenvolvimento, com mudanças estruturais, como redução de juros, câmbio mais competitivo e redução da carga tributária. Ela afirmou não estar satisfeita com as taxas cobradas pelos bancos, que não reduzem seus ganhos.
- Estamos conseguindo, por exemplo, uma marcha inédita de redução constante e vigorosa nos juros que fez a Selic baixar para cerca de 2% ao ano em termos reais e fez a taxa de juros de longo prazo cair para menos de 1% ao ano também em termos reais. Isso me alegra, mas confesso que ainda não estou satisfeita, porque os bancos, as financeiras e, de forma muito especial, os cartões de crédito podem reduzir ainda mais as taxas cobradas ao consumidor final, diminuindo para níveis civilizados os seus ganhos - argumentou.
Para Dilma, essa "não é uma luta fácil". Ela prometeu não descansar "enquanto não vir isso se tornar realidade". Disse ainda que também se empenhará para reduzir impostos e tarifas públicas, "sem causar desequilíbrio nas contas públicas e sem trazer prejuízos à política social".
Segundo ela, o Brasil criou um modelo de desenvolvimento inédito, baseado no crescimento com estabilidade, equilíbrio fiscal e distribuição de renda. Para ela, esse modelo "produziu efeitos poderosos que nem mesmo a maior crise financeira da história conseguiu abalar fortemente" o país. A presidente reconheceu que a crise fez com que o Brasil crescesse menos do que o esperado.
- O nosso bem sucedido modelo tem se apoiado em três palavrinhas mágicas: estabilidade, crescimento e inclusão. Com elas, o Brasil tem conseguido crescer e ao mesmo tempo distribuir renda. Tem conseguido, como poucos países no mundo, reduzir a desigualdade entre as pessoas e as regiões. Para tornar nosso modelo mais rigoroso e abrir o novo ciclo de desenvolvimento, vamos incorporar uma nova palavra a esse tripé: competitividade - afirmou.
A presidente disse que, aumentando a competitividade, será possível baixar o custo de produção e os preços, para gerar empregos e renda. Afirmou ainda que o aprimoramento da competitividade só será possível com a melhoria da infraestrutura, da produção e dos "vários níveis de Educação, saber e conhecimento".
Dilma citou ainda a criação da Empresa de Planejamento e Logística (EPL) para reformular o sistema de transportes, integrando rodovias, ferrovias, portos e aeroportos. A presidente afirmou que o governo vai investir R$ 133 bilhões em rodovias e ferrovias. O investimento, segundo ela, atingirá 10 mil quilômetros de ferrovias e 8 mil quilômetros de rodovias.
- Ao contrário do antigo e questionável modelo de privatização de ferrovias, que torrou o patrimônio público para pagar dívidas e ainda gerou monopólios, privilégios, frete elevado e baixa eficiência, o nosso modelo de concessão vai reforçar o poder regulador do Estado para garantir qualidade - disse.
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