segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Edilson -Veríssimo




O prêmio de melhor slogan eleitoral até agora vai para um candidato a vereador em Nova Iguaçu: “Edilson que o povo gosta.” Não sei qual é o sentimento real do povo em relação ao Edilson, mas isto não importa. O que interessa é que o trocadilho é bem bolado e o Edilson tem senso de humor, o que talvez ajude a ser vereador em Nova Iguaçu.
O Barack Obama bem que gostaria de ter uma frase sintética como a do Edilson para enfatizar sua principal virtude eleitoral, a simpatia. O sorriso de boca apertada do Mitt Romney não se compara ao largo sorriso do magrão.
Mas boa parte do povo que gostava de Obama, pelo seu sorriso e pelo que ele representava de novo e promissor, está decepcionada com ele. O desafio para Obama é fazer a simpatia render até as eleições, resistindo à desilusão crescente.
Os republicanos estão repetindo a pergunta feita por Ronald Reagan ao eleitorado americano para derrotar os democratas e se eleger, anos atrás: está melhor hoje do que estava há quatro anos? Com recordes de desemprego e a economia rastejando, a resposta óbvia parece ser “não”.
O desempenho de Obama nestes quatro anos não foi tão ruim. Ele evitou que a crise dos bancos de 2008 fosse mais catastrófica do que foi, reergueu a indústria automobilística — com toneladas de dinheiro publico, é verdade, mas quem está se queixando? — e criou, aos trancos, um sistema universal de saúde, apesar da reação dos lóbis contrariados e de todo o rancor da direita.
Mas a economia insistiu em não colaborar. E é disto que o povo não gosta. O tom da convenção recém-encerrada do Partido Democrata foi: vamos dar mais quatro anos para o homem cumprir sua promessa. Mais uma chance ao sorriso, ele merece.
Eu vou prestar atenção na eleição para vereadores em Nova Iguaçu, para saber o resultado do divertido slogan do Edilson. E em novembro vou torcer pelo Baraca. Ele pode não ser o prometido, mas a alternativa é muito pior.

Um comentário:

Alberto disse...

Quando será que os governantes vão descobrir que a Máfia da Indústria Automobilística não merece ser resgatada das crises onde ela mais lucra. Acorda Dilma! Acorda Obama!