Prefeito, então no PSDB, chamou ex-presidente de ‘chefe de quadrilha’ à época da CPI dos Correios
RIO — Em entrevista ao RJTV nesta terça-feira, o prefeito e candidato à reeleição Eduardo Paes (PMDB) foi questionado se concordava ou não com as declarações feitas pelo ex-presidente Lula na semana passada, quando ele voltou a declarar que o esquema de mensalão não existiu em seu primeiro governo. Paes disse que discordou da posição de Lula, mas fez questão de aboná-lo de culpa.
— Não há dúvida que houve (o mensalão). Imagina, o relatório que eu escrevi. O que eu estou dizendo é que não se tem indiciamento do presidente Lula — disse Paes.
À época, o prefeito, então no PSDB, foi o sub-relator da CPI dos Correios que deu início às investigações do mensalão. Ele chegou a chamar o ex-presidente de “chefe de quadrilha” e “psicótico”. Mas hoje, negou que tenha mudado suas convicções quando se aliou ao PT.
— O PT é um partido de dois milhões de filiados. Você sempre tem pessoas que cometem algum delito e estão sendo julgadas. Mas você não pode culpar o partido inteiro. Meu vice-prefeito Adílson Pires (PT) foi meu líder de governo nos últimos quatro anos e é um quadro qualificadíssimo. Não mudei de opinião.
Mais uma vez, Eduardo Paes afirmou que a saúde ainda é o maior desafio de sua gestão e que não conseguiu cumprir todas as promessas feitas na campanha de 2008, entre elas a construção de 40 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Desde que assumiu, o prefeito só entregou 13 UPAs para a população, menos de um terço do prometido. Ele admitiu ainda que não vai mais construir unidades como essa na cidade.
— Qual é o critério da UPA pelo Ministério da Saúde? Uma UPA para cada 250 mil habitantes. Então já temos na cidade o número de UPAs necessários. Então não preciso fazer mais UPA. Tenho que manter as que tem bem colocando médicos — afirmou o prefeito completando:
— Eu não tenho dúvida disso (admitindo que falta muito para diminuir as filas e melhor o atendimento à população). É a área (saúde) que mais me dedico. É a área que precisa fazer mais coisa. Foi a área que a gente mais investiu e mais avançou, mas falta muito — admitiu.
O controle de frequências dos profissionais da saúde também foi abordado. Paes culpou as associações médicas e os sindicatos de classe pelo fracasso na instalação de mecanismo para regular o serviço na rede municipal.
— Temos que avançar. Nas clínicas das famílias a gente tem como acompanhar, mas nos médicos contratados nos sistemas anteriores é mais difícil. Muitas das vezes você tem contestação das corporações. Por exemplo, é uma conversa com o sindicato dos médicos eles me disseram que é invasão de privacidade.
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