Em 2008, o presidente conseguiu 66% de eleitores com menos de 30 anos
FILADÉLFIA, EUA - O palco estava montado com alto-falantes e uma plataforma giratória no estacionamento de um pequeno shopping a céu aberto na Filadélfia. A estrela era Diamond Kuts, uma DJ de hip-hop de uns 20 anos, com brincos de argola enormes na orelha e, nas últimas semanas, o grande chamariz para a campanha de Obama para a reeleição entre os jovens.
A DJ Diamond Kuts, cujo nome é Tina Dunham, tem 93 mil seguidores no Twitter e um público devotado de 15 a 32 anos de idade que comparecem em massa a festas como a do último sábado, em um bairro predominantemente negro. O que faz dela uma atrativa garota-propaganda para a campanha de Obama nas semanas finais da corrida presidencial.- Vocês não vieram aqui para me ver - ela gritava para cerca de 100 fãs, que tiraram fotos com celulares e claramente tinham ido lá para vê-la. - Estamos aqui para ninguém menos que Barack Obama!
Dunham, uma das dezenas de DJs que foram recrutadas para ajudar o presidente, começou a fazer campanha para o presidente no Twitter e em eventos pequenos como o do último fim de semana. E também usa seu programa de rádio de sábado na Power 99, uma das rádios mais famosas da cidade. O objetivo é atrair os jovens eleitores para se registrarem e passarem a votar.
- Estamos realmente trabalhando para conseguir alcançar todos os grupos - explica Stefanie Brown, diretora da campanha de Obama para afro-americanos.
É muito cedo para saber se a estratégia com DJs vai funcionar. E há o risco de ofender eleitores que não concordam com a linha musical do grupo, que algumas vezes tocam letras que glorificam a violência e o crime. Mas a campanha de Obama vê a necessidade de motivar os jovens que escutam DJs como Dunham.
Em 2008, o presidente ganhou a maior porcentagem de eleitores com menos de 30 anos do que qualquer candidato em quase quatro décadas, com 66% deles (contra 32% de John McCain). Os jovens, no entanto, são conhecidos por não aparecerem nas urnas, e a campanha de Obama tem sido marcada pelo medo de não se repetir a euforia de 2008. É aí que entra Dunham.
- Eu sempre votei em Obama, mas quando me fizeram parte da campanha, me senti mais motivada a conseguir adolescentes registrados para votar - diz.
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