A pílula anticoncepcional, assim como outros métodos contraceptivos que alteram o ciclo hormonal, pode interferir na escolha do parceiro e, possivelmente, nas chances da mulher ter um filho. É o que indica um estudo feito pela Universidade de Sheffield e publicado este mês pela revista "Trends in Ecology and Evolution".
Segundo o estudo, a pílula altera o instinto feminino no período que antecede a ovulação, dificultando a percepção de certos cheiros e características que tornam um parceiro mais compatível. Estudos apontam que o tipo de homem que uma mulher prefere depende do estágio em que ela se encontra do ciclo menstrual. Além disso, logo antes e durante a ovulação, o sexo feminino fica mais atraente para o sexo masculino, aumentando suas chances de encontrar um parceiro e engravidar.
Na ovulação, mulheres preferem homens com características mais masculinas e ficam particularmente atraídas por homens competitivos. Também buscam, instintivamente, homens com genes diferentes dos seus. Este é um dado importante, já que muitos casos de infertilidade sem causa aparente podem estar ligados a parceiros com uma carga genética excessivamente parecida. A pílula altera as flutuações hormonais e deixa os hormônios femininos mais equilibrados, em uma situação parecida com a gravidez.
A pesquisadora Alexandra Alvergne, uma das coordenadoras do estudo, afirma que mulheres que tomam pílula podem não estar escolhendo os parceiros ideais. Além disso, podem acabar ficando em desvantagem no jogo da paquera, já que elas não ovulam.
"Sabemos da eficácia dos métodos contraceptivos à base de hormônios na prevenção da gravidez, mas nunca se estudou muito o efeito da pílula e de outros métodos hormonais no sucesso dos relacionamentos amorosos a longo prazo, assim como na capacidade da mulher escolher um parceiro geneticamente compatível", escreveu Alexandra na publicação.
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