domingo, 29 de janeiro de 2012

União Civil não; Casamento sim. - Melissa de Andrade




Washington, onde fica Seattle, poderá ser o sétimo estado americano a legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo. O Legislativo já teria os votos necessários para passar a nova lei, que tem total apoio da governadora Christine Gregoire. O apoio público de grandes empresas com sede no estado, como Microsoft e Starbucks, botou fogo na campanha em prol da inclusão e da igualdade.

A união civil entre pessoas do mesmo sexo já é legal no estado de Washington. Se a nova lei passar, os casais homossexuais podem fazer fila para se casar já em junho. Washington se juntaria a Nova Iorque, Connecticut, Iowa, Massachusetts, New Hampshire, Vermont e o Distrito de Colúmbia, que já consideram legal o casamento entre duas pessoas independentemente do gênero. Outros estados que têm grandes chances de aprovar leis semelhantes são Maryland e Nova Jersey.
A aprovação pode não ser o fim da campanha pró-igualdade entre gêneros em Washington. A ameaça é a possível exigência de um referendo para consolidar a decisão, o que só aconteceria em novembro. Os opositores à nova lei apostam as fichas na religiosidade do público para que um referendo não valide o status de casamento entre pessoas homossexuais, baseado na crença de que “casamento” só pode ser entre um homem e uma mulher.
Caso seja aprovada, a nova lei mudará a acepção.
Se houve um tempo em que a opinião pública local parecia ser contra o casamento gay, hoje a disputa é acirrada. Várias enquetes indicam a aprovação da população. Pesquisa da Universidade de Washington, por exemplo, mostrou que 55% dos entrevistados seriam a favor de manter o casamento gay se tivessem que dar a opinião em um referendo. O levantamento foi feito em outubro.
Mudança de opinião é o que vem permitindo que o assunto volte a ser debatido no estado. A governadora Christine Gregoire, democrata, apoiou publicamente o projeto de lei na primeira semana de janeiro, frisando que a decisão foi o resultado de anos de conflitos internos, principalmente devido a sua religião.
“As religiões podem decidir o que quiserem, mas não é certo que o estado faça discriminação”, justificou. O debate inflamou instantaneamente.
Alguns dos republicanos mais conservadores repensaram sua posição e indicam que irão votar a favor da lei.
Talvez os conservadores de Washington sejam mais progressistas do que os outros conservadores.
Melissa de Andrade é jornalista e estrategista de mídia social, com mestrado em E-Business no Reino Unido. Recentemente mudou-se com seus três gatinhos para Seattle, de onde mantém o blog Preview - e, às sextas, escreve para o Blog do Noblat.

Um comentário:

Clara disse...

Num futuro próximo, as pessoas comentarão: "Puxa vida! No começo do século XXI ainda achavam que gay era anormal e que casamento só podia ser entre heterossexuais", do mesmo jeito que achamos engraçada a crença de que mulheres não tinham alma, alguns séculos atrás. Na verdade, os negros e índios eram considerados "menos gente" há muito pouco tempo e ainda são, por meia dúzia de ignorantes.