sábado, 14 de janeiro de 2012

A História dos Bairros do Rio de Janeiro - Leme



Praia do Leme era o nome dado ao trecho arenoso que ia do antigo Morro do Inhangá até o Morro ou Pedra do Leme. O nome “Leme” foi dado devido à forma dessa elevação, que lembra o leme de um navio.

fotoEspremido entre o Morro da Babilônia e o Oceano Atlântico, o Leme era um areal deserto, até que a Companhia de Construções Civis (de Otto Simon e Duvivier) criou as ruas do bairro, entre 1892 e 1894. Sua principal rua, a Gustavo Sampaio, foi aberta em 1894. Com a inauguração do Túnel Novo, ou do Leme, em 1906, a linha de bondes da Companhia Ferro-Carril Jardim Botânico chegaria ao final do Leme, na Praça do Vigia. Em 1906, acompanhando a orla do Leme e Copacabana, a Avenida Atlântica foi concluída e se tornaria cartão postal do bairro. Mais tarde, em 1971, seria duplicada para a implantação do calçadão.

Junto ao Morro da Babilônia ficava a Chácara de Torquato Couto, depois alugada a Chaves Faria. Também residiu nela a família de Wilhelm Marx, (pai do paisagista Roberto Burle Marx), que construiu a Ladeira da Babilônia, atual Ari Barroso, famoso compositor que ali morou. Embaixo se ligava à Rua Araújo Gondin (atual Gal. Ribeiro da Costa), onde os padres dominicanos fundaram a Igreja N. Sra. do Rosário, construída entre 1927 e 1931.

O início de ocupação das encostas do Morro da Babilônia se deu em 1915. A partir de 1934, a ocupação aumentou consideravelmente, dando origem às Comunidades da Babilônia e do Chapéu Mangueira. No alto do Morro da Babilônia (238 m), existia um Telégrafo, acessado por estrada que partia da Ladeira do Leme, e que hoje foi absorvido por grande área de reflorestamento.

No cume do Morro do Leme destaca-se o Forte Duque de Caxias, construído em 1776, com a denominação de Forte da Espia ou do Vigia, situando-se a 125 m de altitude. Em 1823, o forte recebeu armamento de artilharia. Reconstruído em 1919, em projeto de Augusto Tasso Fragoso, foi desativado em 1975, quando deu lugar ao Centro de Estudos de Pessoal do Exército. Dentro da área do Forte, existem ruínas datadas de 1711 e 1823 na denominada Pedra do Anel, que deviam servir para sinaleiros observarem a movimentação de navios na entrada da Baía de Guanabara.

A partir dos anos 1950 e 1960, grandes prédios residenciais ocuparam a estreita área do bairro e surgiram hotéis, destacando-se a torre do Le Meridien, com 37 pavimentos, atual “Iberostar-Copacabana”. O Leme, contudo, manteve sua tranqüilidade, bem representado pelo “Caminho dos Pescadores” junto à Pedra do Leme, onde há uma das mais belas vistas da orla carioca.


Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.

3 comentários:

Alberto disse...

Recordações do Leme dos anos 50:
1)Restaurante Fiorentina recebendo boêmios e artistas até o sol raiar.
2)Cantina Sorrento autêntica cozinha italiana
3)Velho Bar Alpino antes da mudança para o Jardim de Allah.
4)Cinema Alpino no 2ºandar do bar foi o primeiro a ter cadeiras especiais para cegos (ficavam atrás das colunas).
5)Leme Palace Hotel refúgio da moda para primeira noite de recém-casados.

Leandro disse...

Não certeza quanto à data, mas acho que o Alberto se esqueceu da Churrascaria Marius, onde se comia um dos melhores churrascos do Rio.

Alberto disse...

Caro Leandro, realmente o Marius é mais recente no Leme.
Quando chegar a vez de Bomsucesso prestaremos a homenagem merecida à origem desta fabulosa churrascaria.
Bem lembrado, justamente na semna que a tradicional Majórica virou cinzas.