terça-feira, 7 de julho de 2009

Ministério Público Denuncia Daniel Dantas



O Ministério Público Federal (MPF), em São Paulo, denunciou à 6ª Vara Federal Criminal o banqueiro Daniel Dantas, do grupo Opportunity, pelos crimes de lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta de instituição financeira, evasão de divisas e formação de quadrilha e organização criminosa. De acordo com o MPF, outras 13 pessoas também foram denunciadas na ação, que é de sexta-feira, e foi feita um ano após a Operação Satiagraha.
A denúncia, de autoria do procurador da República Rodrigo de Grandis, detalha sete diferentes fatos criminosos praticados pelo grupo ao longo dos últimos dez anos. Entre os crimes, a denúncia detalha como o Opportunity, quando o grupo estava no comando da Brasil Telecom, financiou o escândalo do "valerioduto", esquema de distribuição de recursos em campanhas eleitorais que teria sido montado pelo empresário Marcos Valério de Souza, investigado no caso do mensalão .
Foram denunciados ainda o presidente do banco Opportunity, Dório Ferman, e a irmã do banqueiro, Verônica Valente Dantas, além de Itamar Benigno Filho, Danielle Silbergleid Ninnio, Norberto Aguiar Tomaz, Eduardo Penido Monteiro, Rodrigo Behring Andrade e Maria Amalia Delfim de Melo Coutrim, estes ligados ao banco e às empresas do grupo; Humberto José Rocha Braz e Carla Cicco, ex-diretores da Brasil Telecom (BrT), na época em que a empresa era gerida pelo Opportunity; e os colaboradores Guilherme Henrique Sodré Martins, Roberto Figueiredo do Amaral e Willian Yu. Condenado na Satiagraha, Dantas responde em liberdade
Preso durante a Operação Satiagraha, Dantas foi condenado em 2008 a 10 anos de prisão pelo juiz da 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo Fausto de Sanctis por corrupção ativa. Ele recorreu e aguarda a novo julgamento em liberdade.
No fim de abril, o delegado da Polícia Federal Ricardo Saadi, responsável pela Satiagraha, indiciou Dantas e outros cinco funcionários do Opportunity - inclusive sua irmã, Verônica Dantas - pelos crimes de gestão fraudulenta de instituição financeira, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e empréstimo vedado.
No fim de maio, após meses de investigação em torno da Satiagraha, a CPI do Grampo aprovou relat´rio final que pedia ao Ministério Público o indiciamento de cinco pessoas, entre elas Daniel Dantas, por interceptação telefônica clandestina.
Dantas, que chegou a ser preso duas vezes durante a Satiagraha, em julho de 2008, foi solto em ambas as ocasiões por habeas corpus concedido pelo ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal.

Nenhum comentário: