quinta-feira, 16 de julho de 2009

História dos Bairros do Rio de Janeiro - Anchieta



As terras do atual bairro de Anchieta pertenciam ao Engenho Nossa Senhora de Nazaré e seu clima ameno fez Dom Pedro II cogitar localizar nele um hospital para tuberculosos. O Vigário de Realengo, Padre Miguel, mais tarde instalou na região capela abrigando a imagem secular, de grande valor artístico, venerando Nossa Senhora de Nazaré. O capitão Bento de Oliveira Braga era o senhor dessa propriedade, além do Engenho Novo da Piedade, herdados por sua família. O padre Wander Tavares iniciou a construção da Matriz atual, estabelecendo seu nome na praça principal do bairro, onde chegava o Caminho do Engenho Velho, depois do rio do Pau (avenida Crisóstomo Pimentel de Oliveira), oriundo da Pavuna.
Anchieta pertenceu ao Município de Nova Iguaçu até o início do século XX, juntamente com Nilópolis, sendo atualmente uma das principais portas de entrada para o Rio de quem vem da Baixada Fluminense. Com a implantação da Estrada de Ferro Dom Pedro II, depois Central do Brasil, a estação de Anchieta foi inaugurada em 1º de outubro de 1896, nome dado em homenagem ao padre José de Anchieta, religioso catequizador de índios nos primórdios do Brasil colonial. O prédio da estação atual foi inaugurado em 1989, servindo hoje aos trens metropolitanos do ramal de Japeri.
A ocupação inicial, junto à ferrovia, se expandiu com o aparecimento dos primeiros loteamentos, em 1916, e os projetos de arruamentos nos terrenos da família Luiz Borges. Surgiram as ruas: Clara Borges, Ernesto Vieira, Leopoldina Borges, Arnaldo Murineli, Adalberto Tanajura, entre outras. Na região da praça Itanhomi, havia, há séculos, um cemitério indígena de grande extensão, que deu origem aos nomes da maior parte das ruas da chamada “Vila Mariópolis”, como as ruas Gerê, Aiacá, Aiúba, Jarupá, Juarana, Cracituba etc. Na década de 1940 e daí em diante até os anos 1970, o restante do bairro foi loteado, fazendo surgir o Parque Anchieta, depois desmembrado de Anchieta, cujo decreto de criação data de 23 de julho de 1981.
Um dos maiores assentamentos de “sem tetos” do Rio de Janeiro foi realizado na região, com as comunidades Parque Esperança, Final Feliz e Parque Tiradentes. Na orla do rio Pavuna outras comunidades se destacam, como a Beira Rio ou Arnaldo Murineli, Maria José, avenida Oliveira Bueno e Itatiba. Os principais acessos viários do bairro são a Estrada Marechal Alencastro (antiga General Tasso Fragoso), a avenida Nazaré, a avenida Crisóstomo Pimentel de Oliveira, a rua Alcobaça, a rua Cardoso de Castro (acesso a Nilópolis) e o início da Via Light, ligação com Nova Iguaçu.
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Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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