O relatório da Operação da Polícia Federal mostra que Fernando Sarney ocultou provas e deu ordens expressas a assessores para tentar obstruir as investigações da Polícia Federal. Escutas autorizadas pela Justiça flagraram o filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), orientando funcionários a esconder dados e usar telefones em nomes de laranjas para manter os negócios do grupo em sigilo. Numa das ocasiões, Fernando Sarney chegou a acionar o porteiro de seu edifício em São Paulo para despistar os investigadores. É o que mostra reportagem de Bernardo Mello Franco e Jailton de Carvalho na edição deste sábado em O GLOBO.
O diálogo com o porteiro revela um jogo de gato e rato entre os agentes da PF e os assessores da família Sarney. Foi gravado em 19 de julho de 2008, quando Marcos Bogea, o Marquinho, era procurado no apartamento do chefe nos Jardins, na capital paulista. Às 9h09m, ele ligou para Fernando Sarney, em pânico: "Quero saber se vai acontecer alguma coisa comigo. Não vai acontecer nada comigo não, né, Fernando?".
De imediato, o filho de Sarney quis se certificar de que o funcionário não havia falado com ninguém. Em seguida, tentou tranquilizar Bogea, dizendo que nada aconteceria, e mandou que ele aguardasse no local.
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