sexta-feira, 3 de julho de 2009

Andando para Trás

Depois de crescer dez pontos percentuais entre 2006 e 2007, período de forte expansão da economia brasileira, a classe C se manteve praticamente estável em 2008, com ligeira queda de 46% para 45% da população do país. Com isso, 1,6 milhão de brasileiros retornaram para as classes D e E ao longo do ano passado. Os dados fazem parte da 4ª edição da pesquisa Observador, divulgada nesta quarta-feira pela financeira Cetelem (ligada ao banco francês BNP Paribas) em parceria com o instituto Ipsos-Public Affairs. Eles vão na contramão do levantamento anterior (2006/2007), quando cerca de 20 milhões de pessoas haviam migrado para a classe média, elevando a sua participação de 36% para 46%.
Em números absolutos, o estudo mostra que, enquanto a classe média encolheu de 86.207 milhões para 84.621 milhões de pessoas, as camadas A e B, as mais abastadas, e D e E, as menos favorecidas, aumentaram seus contingentes: A e B, de 28.078 milhões para 29.377 milhões; e a D e E, de 72.941 milhões para 75.822 milhões.
Apesar da freada brusca no crescimento da classe média brasileira, Marcos Etchegoyen, vice-presidente da Cetelem no Brasil, considera que a pirâmide social se manteve estável e a classe C acabou se confirmando como o principal grupo do país, mesmo depois de um ano marcado pela agravamento da crise financeira no país.
Segundo ele, a redução ligeira da participação da classe C na população não deve ser creditada aos efeitos crise, mas ao processo de consolidação dos números. Ele mostra que o estudo aponta dados positivos para a renda familiar dos brasileiros que cresceu, em média, 11% em todas as faixas sociais em 2008. Mas, desta vez, com as camadas A e B registraram maior crescimento (16,5%) em relação as outras classes, cujo rendimento mensal passou de R$ 2.217 para R$ 2.586. Nas camadas D e E, o aumento da renda foi o menor, de 12%, avançando de R$ 580, em 2007, para R$ 650, no ano passado. Já na C, a renda mensal das famílias teve um incremento de 13%, atingindo R$ 1.201, contra R$ 1.062 antes.
- Houve uma consolidação de um processo de ganho de toda a sociedade. Consolidação é a palavra-chave, até porque não dá para crescer indefinidamente - disse Etchegoyen, lembrando que o Brasil atingiu um patamar de desenvolvimento social nos últimos anos que a crise não deve prejudicar. - O desafio é fazer com que essa consolidação da renda das famílias se mantenha no próximo levantamento.

3 comentários:

AAreal disse...

Ivanildo, os aposentados pelo INSS estão em qual classe. A classe S, de sofredores?

Alberto del Castillo disse...

Antonio, dizem que os aposentados estão na classe F.
Esta análise de migração entre as diversas classes arbitradas aleatoriamente pouco significa.
O que realmente interessa é como a riqueza é distribuída; quem recebe quanto.

AAreal disse...

Entendi bem a classe que me encontro. A classe F.