Duas semanas depois de ter alegado que vinha recebendo do Senado R$3.800 de auxílio-moradia sem saber, mesmo tendo à disposição a residência oficial do Senado e casa própria na cidade. o presidente José Sarney passou ontem por novo constrangimento. Ao negar qualquer influência na decisão do Senado de não publicar no Boletim Administrativo da Casa a exoneração de seu neto do gabinete do aliado Epitácio Cafeteira, em outubro passado, Sarney alegou, mais uma vez, que não sabia o que ocorria na instituição que comanda.
O fato é que não foram apenas nessas duas vezes que Sarney disse não saber de nada. Na tentativa de tirar Elga Mara Teixeira Lopes da linha de tiro do Senado, Sarney acertou com a antiga colaboradora sua demissão do cargo de diretora da Secretaria de Comunicação, publicada no dia 23 de abril.
No mesmo dia, porém, em Boletim Administrativo Suplementar, divulgado tarde da noite, a mesma Elga foi recontratada para exercer o cargo em comissão de assessora especial da presidência do Senado - isso, a despeito do inquérito já aberto pelo Tribunal de Contas da União para investigar sua participação em pelo menos quatro campanhas eleitorais entre 2004 e 2006.
Nada se compara, porém, à saia justa enfrentada por Sarney quando foi obrigado a se desculpar publicamente por receber auxílio moradia do Senado.
- Eu nunca pedi auxílio-moradia e, por um equívoco, a partir de 2008, segundo me informaram, realmente estavam depositando na minha conta o auxílio-moradia. Nunca requeri isso, mas peço desculpas pela informação errada que dei ao afirmar que n~so recebia o benefício - desculpou-se Sarney.
Visivelmente incomodado com o novo constrangimento, Sarney recebeu ontem a solidariedade do filho, o deputado Sarney Filho e de aliados como os senadores Gilvam Borges e Cafeteira.
- Perguntem ao Garibaldi Alves por que a exoneração do João Fernando (neto de Sarney) não foi publicada. Ele é que era presidente do Sinado na época - chegou a sugerir Cafeteira, em defesa de Sarney.
3 comentários:
Parece que o Sarney está adotando a tática do NADA SEI do Lula. Aí sua aprovação popular vai crescer.
O não saber é uma condição que sempre atormentou o ser humano em sua busca pelo conhecimento do mundo onde vive para compreender melhor sua caminhada nesta vida.
Para o Senador Sarney o não saber é um bálsamo que alivia o sentimento de culpa quando são denunciados os atos desonestos encontrados em seu currículo de político brasileiro.
Pensando bem, o Senador provavelmente fica aliviado e não atormentado, pois não pertence à categoria dos seres humanos. Há fortes indícios de pertencer ao grupo de ETs que estão aquí por erro de navegação de sua espaçonave.
Que delícia deve ser não notar quando 3.800,00 reais entram na sua conta todos os meses... Eu perceberia imediatamente, assim como quase toda a população do país.
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