quarta-feira, 17 de junho de 2009

Irã: Recontagem de Votos


Não se sabe se foram as críticas da comunidade internacional ou a pressão das ruas, mas o fato é que o governo do Irã cedeu. O Conselho dos Guardiães, o principal órgão legislativo do Irã, aceitou recontar os votos das eleições de sexta-feira em áreas contestadas pelos candidatos derrotados.
O candidato moderado Mirhossein Mousavi, (foto) que ficou em segundo lugar no pleito vencido pelo presidente linha-dura Mahmoud Ahmadinejad, contestou os resultados oficiais divulgados no sábado e pediu que as eleições fossem canceladas.
- Baseado na lei, a demanda desses candidatos para o cancelamento da votação, isso não pode ser considerado - disse o porta-voz do conselho, Abbasali Kadkhodai, à TV estatal.
O porta-voz afirmou que o conselho estava "pronto para recontar os votos de urnas contestadas por alguns candidatos, na presença de seus representantes."
- É possível que haja algumas mudanças no total após a recontagem - disse ele, segundo a agência de notícias oficial Irna.
Moussavi disse a seus seguidores que está disposto a "pagar qualquer preço" por contestar o resultado das urnas. Ele acredita que a eleição foi fraudada e no domingo apelou formalmente ao Conselho de Guardiães contra o resultado das eleições. Mas o candidato também não confia na parcialidade do conselho.
Na segunda-feira, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, pediu uma investigação sobre as acusações de fraude supostamente cometida nas eleições presidenciais do Irã, uma mudança de postura da figura mais poderosa do país que, no domingo, havia endossado o resultado.
O anúncio de recontagem dos votos do Conselho dos Guardiães representa uma mudança radical de posição. Os resultados oficiais da votação provocaram três dias de grandes protestos no Irã. Na segunda-feira, a rádio estatal iraniana disse que sete pessoas morreram durante manifestações na segunda-feira.

Um comentário:

Anônimo disse...

Não sei porque tanto barulho quanto à lisura da eleição. Não faz a menor diferença quem for eleito num país em que quem manda são os aitolás.