sexta-feira, 5 de junho de 2009

Ostentação Nuclear - Veríssimo


A Any Bourrier, jornalista brasileira que mora há anos em Paris e viajou muito pelo Extremo Oriente, tem um livro pronto sobre a Coreia do Norte, o país mais excêntrico que já visitou. Agora que a Coreia do Norte está no noticiário com sua ostentação nuclear e seus curiosos hábitos políticos, seria o caso de publicarem o livro para pelo menos nos ajudar a entender que país é esse, e o que ele pode aprontar.
Li que a sucessão do atual líder Kim Jong-il, que está doente, já foi decidida: o sucessor será seu filho menor Kim Jong-un, cuja principal credencial para o cargo é sua semelhança física com o pai. O filho do meio, Kim Jong-chol, nem teria sido cogitado porque é muito feminino. E o mais velho, Kim Jong-nam, a escolha natural para contonuar a dinastia que governa o país há anos, desgostou o pai quando arranjou um passaporte forjado para entrar com um nome falso no Japão, pois queria conhecer a Disneylândia local. Aparentemente, o próprio pai decidiu que dar mísseis nucleares para o Kim Jong-nam brincar seria um pouco demais.
A Coreia do Norte é o primeiro novo membro do clube nuclear em muitos anos. Mesmo com toda a sua estranheza e imprevisibilidade, é improvável que use seus mísseis em ataques à Coreia do Sul ou ao Japão, os inimigos mais à mão, a não ser que os Kim Jongs queiram se suicidar. Ameaças muito maiores ao sossego do mundo são os arsenais nucleares da Índia e do Paquistão, que vivem em estado de guerra. E para bombas nucleares do Paquistão caírem eventualmente em mãos do Talibã e da Al Qaeda só falta a eventualidade.
A impressão que se tem é que as armas nucleares da Coreia do Norte fazem parate mais de uma megalomania teatral do que de qualquer estratagema mais doisdo. Como o carro de luxo, usado só para dar a volta na quadra e provocar inveja nos vizinhos.

2 comentários:

Hélio disse...

Senhor Veríssimo, esperemos que o Senhor esteja certo e que o carro de luxo seja só para provocar inveja nos vizinhos. Que ele não seja um carro-bomba guiado por um norte-coreano suicida.

Alberto del Castillo disse...

Senhor Veríssimo, não dá para enfeitar o pavão. Qualquer bomba nuclear é um poderosíssimo instrumento de destruição em massa independentemente de quem o possua.
Até agora o único irresponsável a empregar esta arma foram os EEUU ao promoverem o holocausto de Hiroshima e Nagasaki.
Estas armas são um perigo real e iminente e devem ser banidas pela sociedade.
O primeiro passo seria uma declaração da ONU afirmando não existir "bomba boa" e dando um prazo para TODOS DESTRUIREM SEUS ARSENAIS NUCLEARES.