A informação de que um dos netos do presudebte do Senado, José Sarney, opera no mercado de crédito consignado para servidores da Casa agravou nesta quinta-feira a crise na instituição. O senador Pedro Simon (foto) anunciou que pedirá a renúncia de Sarney, enquanto o PSOL decidiu entrar com uma representação no Conselho de Ética.
Com a representação, Sarney poderá ser obrigado a se afastar do cargo. Em 2008, o Senado aprovou projeto de resolução que dá poderes ao relator do processo a propor esse afastamento temporário.
Segundo reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo", José Adriano Sarney reconhece ser sócio da empresa Sarcris, uma das que operam na intermediação com bancos para concessão de empréstimos consignados a servidores desde 2007. A consultoria de José Adriano opera em nome de seis bancos, mas, de acordo com a reportagem, a empresa não existe nos endereços declarados em documentos.
Em nota divulgada nesta quinta-feira, José Adriano explica que fez uma parceria com o banco HSBC e que já dispunha de autorização para atuar com crédito consignado. Ele nega qualquer tipo de favorecimento. Sarney diz ser vítima de campanha midiática
Também nesta tarde, o presidente do Senado divulgou nota na qual diz que está sofrendo "uma campanha midiática". A campanha seria motivada, diz a nota, pelo apoio que dá a Lula: "Sobre a matéria divulgada hoje pelo jornal O Estado de S. Paulo, considero os esclarecimentos prestados pelo meu neto José Adriano Cordeiro Sarney, pessoa extremamente qualificada com mestrado na Sorbonne e pós-graduação em Harvard, suficientes para mostrar a verdadeira face de uma campanha midiática para atingir-me, na qual não excluo a minha posição política, nunca ocultada, de apoio ao presidente Lula e seu governo."
O pai de José Adriano, o deputado Zequinha Sarney (PV-MA), também defendeu a atividade do filho no Senado, alegando que essa não era a única instituição pública atendida por sua empresa, e que não se configura tráfico de influência. O deputado também diz que há uma operação política para desestabilizar o mandato do pai.
" O presidente Sarney não pode ficar se explicando todo dia. Ele está a cada dia menor "
Senadores alertam para agravamento da crise
Do interior do Amazonas, por telefone, Arthur Virgílio (PSDB-AM), disse que o PSDB está em estado de alerta máximo:
- A crise já está beirando uma crise institucional. O presidente Sarney não pode ficar se explicando todo dia. Ele está a cada dia menor.
O senador Renato Casagrande (PSB-ES) afirmou que a crise precisa se encerrar imediatamente. - Se isso (a crise) não tiver um fim imediatamente, a situação ficará insustentável.
Para Pedro Simon, Sarney "está sem condições de continuar presidindo o Senado". Para o senador, o afastamento de Sarney é "um pensamento crescente entre os senadores". Há alguns dias, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) vem pedindo o afastamento do presidente da Casa por 60 dias para facilitar as investigações de irregularidades administrativas.
Já o corregedor Romeu Tuma (PTB-SP) criticou a intermediação de empréstimos consignados para servidores.
- Isso é um absurdo, se tem intermediário alguma coisa não é correta - afirmou.
O vice-líder do PSDB, Álvaro Dias (PR), por sua vez, considera que o assunto deve ser tratado com prudência. Ele ressaltou que o Ministério Público e a Polícia Federal já investigam as irregularidades nos contratos do Senado com os bancos que atuam com esse tipo de empréstimo para servidores.
" É obrigação do PSOL e de qualquer cidadão que não tem compromisso com o banditismo (entrar com a representação) "
O PSOL decidiu entrar com uma representação também contra os ex-presidentes do Senado Garibaldi Alves (PMDB-RN) e Renan Calheiros (PMDB-AL). O partido ainda vai decidir se o documento será entregue nesta quinta ou até a próxima quarta-feira. Apesar da divergência de datas, a presidente do PSOL, Heloisa Helena (AL), garantiu que vai deixar a representação assinada.
- É obrigação do PSOL e de qualquer cidadão que não tem compromisso com o banditismo (entrar com a representação) - disse Heloisa Helena.
A ex-senadora explicou que a medida será tomada contra o atual presidente e os dois ex-presidentes porque eles "foram citados". Eles teriam quebrado os "princípios doutrinários da Constituição", rasgando os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
- Para a sociedade o que interessa é o que fazer com o envolvimento de senadores vigaristas e os servidores de suas respectivas quadrilhas que patrocinaram atos contra administração pública - disse a presidente do PSOL.
Denúncias se acumulam desde fevereiro
Desde que Sarney que tomou posse na presidência do Senado, em 2 de fevereiro, uma série de denúncias de irregularidades administrativas vem sendo publicada pela imprensa. A existência de atos secretos de nomeação e exoneração de servidores, por exemplo, envolve nomes de parentes do presidente. Nesta quinta, o jornal "Folha de S.Paulo" diz que uma funcionária de Sarney, nomeada por ato secreto, mora há quatro anos num imóvel localizado no térreo de um dos prédios exclusivos para senadores. Segundo a reportagem, Valéria Freire dos Santos é viúva de um ex-motorista de Sarney. Para servir café em expediente de meio período, recebe salário de R$ 2.313,30 por mês.
A divulgação dos 663 atos secretos - usados para nomear parentes, amigos, criar cargos e aumentar salários - foi feita na terça-feira pela comissão de sindicância do Senado criada para investigar o caso.
Com a representação, Sarney poderá ser obrigado a se afastar do cargo. Em 2008, o Senado aprovou projeto de resolução que dá poderes ao relator do processo a propor esse afastamento temporário.
Segundo reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo", José Adriano Sarney reconhece ser sócio da empresa Sarcris, uma das que operam na intermediação com bancos para concessão de empréstimos consignados a servidores desde 2007. A consultoria de José Adriano opera em nome de seis bancos, mas, de acordo com a reportagem, a empresa não existe nos endereços declarados em documentos.
Em nota divulgada nesta quinta-feira, José Adriano explica que fez uma parceria com o banco HSBC e que já dispunha de autorização para atuar com crédito consignado. Ele nega qualquer tipo de favorecimento. Sarney diz ser vítima de campanha midiática
Também nesta tarde, o presidente do Senado divulgou nota na qual diz que está sofrendo "uma campanha midiática". A campanha seria motivada, diz a nota, pelo apoio que dá a Lula: "Sobre a matéria divulgada hoje pelo jornal O Estado de S. Paulo, considero os esclarecimentos prestados pelo meu neto José Adriano Cordeiro Sarney, pessoa extremamente qualificada com mestrado na Sorbonne e pós-graduação em Harvard, suficientes para mostrar a verdadeira face de uma campanha midiática para atingir-me, na qual não excluo a minha posição política, nunca ocultada, de apoio ao presidente Lula e seu governo."
O pai de José Adriano, o deputado Zequinha Sarney (PV-MA), também defendeu a atividade do filho no Senado, alegando que essa não era a única instituição pública atendida por sua empresa, e que não se configura tráfico de influência. O deputado também diz que há uma operação política para desestabilizar o mandato do pai.
" O presidente Sarney não pode ficar se explicando todo dia. Ele está a cada dia menor "
Senadores alertam para agravamento da crise
Do interior do Amazonas, por telefone, Arthur Virgílio (PSDB-AM), disse que o PSDB está em estado de alerta máximo:
- A crise já está beirando uma crise institucional. O presidente Sarney não pode ficar se explicando todo dia. Ele está a cada dia menor.
O senador Renato Casagrande (PSB-ES) afirmou que a crise precisa se encerrar imediatamente. - Se isso (a crise) não tiver um fim imediatamente, a situação ficará insustentável.
Para Pedro Simon, Sarney "está sem condições de continuar presidindo o Senado". Para o senador, o afastamento de Sarney é "um pensamento crescente entre os senadores". Há alguns dias, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) vem pedindo o afastamento do presidente da Casa por 60 dias para facilitar as investigações de irregularidades administrativas.
Já o corregedor Romeu Tuma (PTB-SP) criticou a intermediação de empréstimos consignados para servidores.
- Isso é um absurdo, se tem intermediário alguma coisa não é correta - afirmou.
O vice-líder do PSDB, Álvaro Dias (PR), por sua vez, considera que o assunto deve ser tratado com prudência. Ele ressaltou que o Ministério Público e a Polícia Federal já investigam as irregularidades nos contratos do Senado com os bancos que atuam com esse tipo de empréstimo para servidores.
" É obrigação do PSOL e de qualquer cidadão que não tem compromisso com o banditismo (entrar com a representação) "
O PSOL decidiu entrar com uma representação também contra os ex-presidentes do Senado Garibaldi Alves (PMDB-RN) e Renan Calheiros (PMDB-AL). O partido ainda vai decidir se o documento será entregue nesta quinta ou até a próxima quarta-feira. Apesar da divergência de datas, a presidente do PSOL, Heloisa Helena (AL), garantiu que vai deixar a representação assinada.
- É obrigação do PSOL e de qualquer cidadão que não tem compromisso com o banditismo (entrar com a representação) - disse Heloisa Helena.
A ex-senadora explicou que a medida será tomada contra o atual presidente e os dois ex-presidentes porque eles "foram citados". Eles teriam quebrado os "princípios doutrinários da Constituição", rasgando os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
- Para a sociedade o que interessa é o que fazer com o envolvimento de senadores vigaristas e os servidores de suas respectivas quadrilhas que patrocinaram atos contra administração pública - disse a presidente do PSOL.
Denúncias se acumulam desde fevereiro
Desde que Sarney que tomou posse na presidência do Senado, em 2 de fevereiro, uma série de denúncias de irregularidades administrativas vem sendo publicada pela imprensa. A existência de atos secretos de nomeação e exoneração de servidores, por exemplo, envolve nomes de parentes do presidente. Nesta quinta, o jornal "Folha de S.Paulo" diz que uma funcionária de Sarney, nomeada por ato secreto, mora há quatro anos num imóvel localizado no térreo de um dos prédios exclusivos para senadores. Segundo a reportagem, Valéria Freire dos Santos é viúva de um ex-motorista de Sarney. Para servir café em expediente de meio período, recebe salário de R$ 2.313,30 por mês.
A divulgação dos 663 atos secretos - usados para nomear parentes, amigos, criar cargos e aumentar salários - foi feita na terça-feira pela comissão de sindicância do Senado criada para investigar o caso.
2 comentários:
Papo p/ boi dormir enquanto gente branca de olhos azuis vê.
Pedro Simon, o resto do Legislativo junto com o Executivo tinham é que pedir p/ cagar e sair de fininho. Pra sempre.
Inacreditável o preço que esse velho e decrépito político vem pagando somente para manter-se flutuando na política nauseabunda de Brasília. Lembramo-nos bem do tempo da chamada "banda de m´sudica da UDN", quando ele era um simples Deputado pobretão, que vivia longe das benesses extraordinárias que têm os políticos de Brasília hoje. Ele se apresentava como uma revolução contra o grande e corrupto político maranhense Vitorino Freire, a quem acabou destronando para fazer até pior. Em princípio, ele já deveria ter-se recolhido à fantástica mansão de São Luiz, onde viveria como o nababo que é, cercado de uma miríade de escravos. Hiper-milionário, imortal - é bem verdade que nessa porcaria que hoje é a Academia Brasileira de Letras - avô e bisavô, o que mais quer ele? Ainda foi se largar para o Amapá, onde nunca viveu...Que tragédia. Seria de dar pena, se, antes, muito antes,não nos desse raiva, muita raiva!
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