quarta-feira, 24 de junho de 2009

Demissões no Senado


Envolvidos no escândalo dos atos secretos, o diretor-geral do Senado, Alexandre Gazineo, (foto) e o diretor de Recursos Humanos, Ralph Siqueira, foram demitidos nesta terça-feira. Para substituir Gazineo - responsável pela assinatura de boa parte dos atos sigilosos para nomeações e criações de privilégios - foi indicado Haroldo Tajra; para a diretoria de Recursos Humanos, Doris Marise Peixeito.
Haroldo Tajra é ligado ao senador Efraim Moraes (DEM-PB) e Doris Marise Peixoto já foi chefe de gabinete de Roseana Sarney. O nome de Doris já vinha circulando como uma das prováveis diretoras.
Foi de Ralph Siqueira - que substituiu João Carlos Zoghbi e faria parte do grupo do ex-diretor-geral da Casa Agaciel Maia - que partiu a ordem para que o chefe do Serviço de Publicação do Boletim de Pessoal do Senado, Franklin Albuquerque Paes Landim, publicasse os mesmos atos secretos que a própria secretaria havia deixado de publicar ao lomgo dos últi,os amos, com datas retroativas, para confundir a comissão técnica que investigava o caso.
O relatório elaborado pela comissão sobre os cerca de 650 atos administrativos não divulgados da Casa. deverá ser divulgado nesta terça-feira. Cresce pressão para afastamento de Sarney
Até o fim da tarde, deve aumentar a pressão para o afastamento do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP). Em discurso da tribuna, Pedro Simon (PMDB-RS) pediu que Sarney se licencie do cargo. Na segunda-feira, foi Cristovam Buarque (PDT-DF) que pediu. Nesta terça, Cristovam disse que o momento não é mais de licença, mas de renúncia ao cargo.
O clima é de revolta após a divulgação, pelo jornal "O Estado de São Paulo", de que 37 senafores figuram como beneficiários de atos secretos do Senado. Os senadores alegam que não sabiam dos atos secretos e cobram resposta à crise que abala a imagem da instituição.
Um dos citados, o senador Demóstenes Torres disse que vai pedir à Polícia FEDERAL que abra uma investigação criminala para, segundo ele, "apurar uma fraude" envolvendo seu nome. Demóstenes conta que Agaciel Maia assinou um ato secreto nomeando para seu gabinete a servidora Lia Raquel Montoril Vaz de Souza, sem o conhecimento dele. Atos foram editados nos últimos dez anos
Os atos secretos, editados nos últimos dez anos, não encobriram apenas irregularidades na contratação de pessoal , mas também decisões administrativas para beneficiar os próprios senadores e funcionários graduados da Casa. A comissão de sindicância descobriu que os documentos sigilosos esconderam de reembolsos médicos exagerados e fora do padrão até suntuosas reformas de apartamentos funcionais. A cozinha de apenas um desses apartamentos foi repaginada por mais de R$ 100 mil.

Um comentário:

Alberto del Castillo disse...

Vamos tirar o sofá da sala e pelo menos acabar com a existência de atos secretos. A partir daí, quem sabe, uma puniçãozinha aquí outra acolá e não se fala mais nisso, porque ninguém é de ferro e o Lula não admite perseguição.