A Itália talvez seja o país mais simpático do mundo. Simpatia, claro, é um critério subjetivo e vago. Muita gente diria que a Itália pode ser pitoresca e amável, mas os iatlianos... Para a maioria, no entnato, os defeitos dos italianos fazem parte do seu charme, e se juntam à paisagem e à riqueza arquitetônica como atrativos do lugar. Tudo é perdoado pela simpatia e até seus buffones e mascalzones se integram no espetáculo irresistível de um país decididamente delicioso, além de fotogênico. Mas o Berlusconi desafia esse indulto tácito a tudo que é italiano. Não é simpático, tem o charme de uma batata e não é nem um bom ator, como o Mussolini. E no entanto foi eleito para governar a Itália mais de uma vez e atualmente tem um índice de aprovação pública altíssimo. Dizem que é sua imagem de empresário de sucesso que inspira os italianos, mas o exemplo que ele dá é do pior tipo de empreendedor, com mais ganância do que escrúpulos. Agora Berlusconi lidera um movimento de repulsa a imigrantes inédito no seu radicalismo até numa Europa cada vez mais xenófoba. Parte da sua boa aprovação se deveria a esse endurecimento com os imigrantes. A deliciosa Itália fica amarga.
Um comentário:
Caro Veríssimo você quer uma democracia "a la carte" feita compulsoriamente e sob medida para atender seus projetos pessoais?
Repeite o índice de aprovação do povo. Torça para que no futuro seus amigos da esquerda italiana apresentem uma plataforma que atenda aos anseios populares.
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