BRASÍLIA - O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, saiu em defesa nesta quarta-feira da atuação da Polícia Federal no caso que envolve o bicheiro Carlinhos Cachoeira e políticos flagrados em gravações. Cardozo negou que o vazamento do teor dessas fitas tenham partido da Polícia Federal.
- Considero muito ruim que informações vazem. Mas garanto que não vazaram da Polícia Federal. A partir do momento que se tem um processo que pode ser acessado por dezenas de advogados e dezenas de pessoas, é óbvio que é impossível controlar esse tipo de informação. Garanto que não houve vazamento da Polícia Federal, que cumpriu rigorosamente seu papel. Um trabalho feito sob a luz do sol - disse Cardozo.
Sobre as declarações do advogado do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) de que as provas não foram obtidas de forma legal, Cardozo respondeu:
- Estranho seria se advogado não dissesse isso.
Também nesta quarta-feira, presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra,declarou apoio ao governador de Goiás, Marconi Perillo, e defendeu que o contraventor Carlinhos Cachoeira seja ouvido para apurar as denúncias, que ele considera serem estranhas, por serem vazadas aos poucos e envolverem políticos de oposição.
- Deixe o Cachoeira falar. Nós estranhamos estas fitas seletivas, em cima de quadros da oposição - disse o tucano.
Defesa de Demóstenes vai pedir anulação de provas
Na próxima segunda-feira o advogado do senador Demóstenes Torres, Antonio Carlos Almeida, o Kakay, pedirá ao Supremo Tribunal Federal (STF) a anulação das provas apresentadas pela Procuradoria-Geral da Repúblicacontra o senador. Para o advogado, houve uma “usurpação da competência do STF” que não autorizou a Polícia Federal e o Ministério Público a realizar qualquer investigação contra o seu cliente.
O advogado disse ainda que o processo tem “um bando de ilegalidades”, a começar pelo fato de seu cliente, por ser um parlamentar, ter imunidade e só poder ser investigado a partir de uma autorização do STF. Kakay ressaltou que os autos apresentados pela PGR mostram que a Polícia Federal, na Operação Monte Carlo, registrou mais de 300 telefonemas entre Demóstenes e Carlinhos Cachoeira, o que deixa claro que “não foram encontros fortuitos”.
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