Em 1955, a ativista negra Rosa Parks foi presa por se recusar a ceder lugar para um branco
WASHINGTON — O presidente americano, Barack Obama, visitou nesta quinta-feira um dos símbolos do movimento pela luta dos direitos civis: o ônibus do qual a ativista Rosa Parks foi expulsa décadas atrás. A visita ao museu Henry Ford, onde se encontra o automóvel original, aconteceu durante sua agenda de campanha no estado de Michigan.
— Tive a oportunidade de me sentar no ônibus de Rosa Parks. Me sentei ali por um momento e refleti sobre a coragem e a tenacidade que fazem parte de nossa história mais recente, mas que também é parte da longa lista de pessoas, muitas vezes anônimas, que quase nunca entraram nos livros de história, mas que insistiram constantemente em sua dignidade, em sua aposta pelo sonho americano — afirmou Obama durante um ato de campanha, após a visita ao museu.
Pouco depois, a imagem do presidente no ônibus feita pelo fotógrafo oficial Pete Souza já estava no site da Casa Branca. Nela, Obama aparece pensativo, olhando por uma das janelas, em uma pose parecida com a de Rosa Parks.
A ativista negra foi presa em Montgomery, no Alabama, em 1955, após se negar a ocupar um dos assentos da parte de trás do ônibus, que eram reservados aos passageiros negros, para ceder o lugar para um homem branco. O incidente, apontado como um dos momentos chave do movimento, provocou um boicote popular à empresa de transportes e à organização de diferentes coletivos em torno de Martin Luther King, impulsionando a luta pelos direitos civis em vários estados do sul dos Estados Unidos. A movimentação resultou na assinatura da lei de Direitos Civis de 1964 e da lei de Direito ao Voto, um ano depois.
Obama, que foi a Michigan atrás de doações para sua campanha presidencial, mencionou o exemplo de Rosa Parks em um de seus discursos.
— Fazem falta os cidadãos comuns para provocar mudança, cidadãos que estejam comprometidos com a luta e que sigam impulsionando esse país a se aproximar cada vez mais de seus próprios ideais — assinalou o presidente.
O “ônibus de Rosa Parks” ficou abandonado no Alabama durante três décadas até que, em 2001, o museu Henry Ford contratou uma empresa para restaurá-lo, ao custo de aproximadamente US$ 300 mil. Dois anos depois, o veículo passou a fazer parte do acervo do museu.
Um comentário:
A desobediência civil é um recurso muito bem sucedido na derrubada de leis absurdas.
Somos obrigados a votar em candidatos escolhidos pelos políticos de plantão. Está na hora de não saírmos de casa para acabar com os votos compulsorios na escória que chamam de candidatos.
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