Atirador norueguês se vangloria por morte de 77 pessoas e diz que faria tudo de novo
OSLO — O atirador norueguês Anders Behring Breivik — responsável por matar 77 pessoas em um atentado duplo no ano passado — leu uma declaração de 13 páginas diante do tribunal de Oslo nesta terça-feira. No depoimento, ele confessou os crimes e disse que “faria tudo de novo”, sem demonstrar nenhum sinal de arrependimento. O juiz precisou interromper a leitura para pedir mais respeito aos sobreviventes e aos familiares das vítimas.
— Realizei o mais sofisticado e espetacular ataque cometido na Europa desde a Segunda Guerra Mundial — vangloriou-se Breivik.
O atirador ainda comentou suas ideias ultradireitistas, dizendo que a Europa se transformou em uma ditadura multicultural e pedindo um modelo democrático com base na pureza da nação. Breivik citou o Japão e a Coreia do Sul como suas referências políticas e voltou a dizer que o partido trabalhista norueguês precisa mudar sua política de imigração para evitar uma “colonização da Noruega” e até uma eventual guerra civil. Apesar de admitir o massacre na ilha de Utoeya e o atentado a bomba em Oslo, o norueguês se declarou inocente diante das acusação de terrorismo e assassinato em massa.
— Foram atos baseado na bondade, não no mal — disse Breivik.
As comparações absurdas de Breivik incluíram uma associação entre os jovens mortos na ilha de Utoeya com a Juventude Hitlerista da Alemanha nazista. Ele ainda explicou que os adolescentes não eram “inocentes”, porque “promoviam o multiculturalismo”. De acordo com atirador, ele foi criado em uma “zona de conflito” em Oslo.
— As Juventudes Trabalhistas se parecem muito com a Juventude Hitlerista. O acampamento era um campo de doutrinação para ativistas políticos, onde se formam os comunistas mais extremistas da Noruega — afirmou ele.
Jurado é banido do caso após comentário na internet
O julgamento foi atrasado nesta terça-feira depois que um jurado precisou ser afastado do caso. Procuradores, defensores e advogados que representam as vítimas de Breivik concordaram em retirar Thomas Indreboe do tribunal de cinco jurados, depois que ele admitiu ter feito declarações em um fórum na internet um dia após o massacre de 22 de julho passado. Na época, Indreboe disse que “a pena de morte era o único resultado justo para este caso”.
Na Noruega, no entanto, não existe pena de morte. Se considerado culpado, o atirador pegará no máximo 21 anos de prisão, que poderão ser prolongados se ele continuar representando um perigo para a sociedade norueguesa. No tribunal dois jurados profissionais e três normais participam do julgamento. Indreboe foi substituído por Elisabeth Wisloeff.
Breivik tem cinco dias para explicar por que explodiu um carro-bomba que deixou oito mortos e depois matou 69 pessoas em um acampamento para jovens organizado pelo Partido Trabalhista.
Sobreviventes do massacre em julho expressaram preocupação de que Breivik use seu depoimento como uma plataforma para promover suas visões extremistas.
Um comentário:
Quem sabe um cataclismo natural nos livra deste pervertido.
No Rio poderíamos resolver o problema com um de nossos bueiros assassinos.
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