Eleições na França - Hollande é o favorito

A dois dias das eleições, Hollande se consagra favorito também no primeiro turno

Até então, os dois candidatos apareciam empatados nas previsões para a primeira etapa das eleições francesasAFP

PARIS — A dois dias das eleições francesas e de uma possível derrota nas urnas, Nicolas Sarkozy rejeitou qualquer tipo de aliança com a líder da extrema-direita Marine Le Pen no segundo turno. Sete das dez últimas pesquisas liberadas antes da votação de domingo dão vitória para o socialista François Hollande. No último mês, os dois candidatos apareceram empatados na maioria das previsões do primeiro turno.

Em entrevista à rádio RTL, o presidente reconheceu erros em seu primeiro mandato e aproveitou para falar de novo de algumas de suas propostas. Após um breve crescimento nas pesquisas de intenção de voto, logo após o massacre em Toulouse, em março, Sarkozy voltou a cair e a maioria das pesquisas liberadas nesta sexta-feira o colocam em segundo lugar no primeiro turno. De dez sondagens liberadas nesta , só três apontam cenários diferentes: duas dão empate entre o Hollande e o atual presidente e uma dá vitória ao conservador.— Não — disse Sarkozy ao ser perguntado sobre a hipótese de uma aliança com a candidata da Frente Nacional. — São as minhas convicções.

Para o segundo turno, não há tanta especulação. Hollande aumenta a vantagem sobre Sarkozy. Segundo as sondagens, a diferença entre os dois candidatos deve variar entre sete e 14 pontos percentuais. Para o instituto Ipsos, o líder do Partido Socialista vai se beneficiar de pelo menos 80% dos votos de Jean-Luc Mélenchon. Enquanto Sarkozy só consegue captar 45% dos eleitores da líder da extrema-direita Marine Le Pen no segundo turno.

A disputa pelo terceiro lugar também tem movimentado a política francesa. Dois extremos concorrem à vaga. De um lado, Marine Le Pen, a favorita, e, do outro, Mélenchon. A nacionalista tem entre 14% e 17% dos votos, enquanto o líder de extrema-esquerda varia entre 13% e 15%.

Sarkozy defende divulgação de resultados de boca de urna

O debate sobre informar ou não os resultados das pesquisas de boca de urna antes do fechamento das urnas tem movimentado a França. Na quinta-feira, até o presidente Nicolas Sarkozy entrou na discussão, defendendo a divulgação das sondagens.

— Todos nós sabemos que temos regras que se tornaram antiquadas — disse o presidente e candidato à reeleição.

A polêmica começou quando o jornal “Libération” anunciou que se reserva o direito de adiantar os resultados da boca de urna meia hora antes do fechamento das urnas “se a diferença for clara e as fontes confiáveis”. Em resposta, a Promotoria de Paris prometeu multas de até 75 mil euros a qualquer um que violar a lei que proíbe a publicação de pesquisas na véspera e no dia das eleições.