terça-feira, 2 de setembro de 2008

Futebol ou Teatro ?


Por cerca de três anos, joguei futebol de praia. Minha posição era o que se chamava naquele tempo (1955) back direito. Hoje é lateral, volante, sei lá. Eu jogava razoavelmente bem, mas como o time era muito bom, eu acabava sendo o pior de todos.

O que me faltava em coordenação, me sobrava em determinação. Sonhava em ser jogador de futebol, ser um Puskas que assombrou o mundo, apesar de a Hungria não ter sido campeã do mundo na Copa de 1954.

Outro sonho dos meus quinze anos foi o teatro. Assistia a todas as peças não impróprias para menores de 18 anos e saía sempre empolgado. O desejo de pisar num palco foi maior do que o de pisar num campo de areia ou de grama, e organizei um grupo de teatro no Colégio Santo Agostinho que estreou em 1958, com a peça Do Tamanho de um Defunto, de Millor Fernandes. De ator e diretor, passei logo a escritor e representamos três peças de minha autoria entre 1958 e 1960.

O futebol tinha ficado para trás e, agora, por causa do Vestibular de Direito na PUC, dava adeus também às luzes da ribalta...

Hoje, vejo no jornal a informação da estréia de Ronaldinho Gaúcho no Milan. Apesar do Milan ter perdido – diz o jornal – o jogador brasileiro teve boa atuação.

Aí, fico pensando que o jogador, entre salários e contratos de publicidade, deve ganhar, por mês, o que eu e todos os meus leitores não ganharemos pelo resto de nossas vidas. Estou certo ?

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