O leitor Lauredson Fagundes postou a seguinte pergunta:
Vc poderia explicar melhor essa historia de espermatozóide aposentado?
Abraços.
Prezado Lauredson,
Em 1971 eu tinha 31 anos e, como diria a personagem Copélia do Toma lá, Dá Cá, por razões que eu prefiro não comentar, resolvi fazer a operação de vasectomia. Esta esterilização masculina não era muito conhecida e pouco comentada. Quem fazia, não contava, porque havia uma falsa impressão que pudesse afetar o desempenho sexual masculino, causando problemas de ereção.
Quando me decidi pela cirurgia, falei com um amigo que fizera há dois meses e o que ele me relatou é que, por questões meramente psicológicas, seu desempenho havia melhorado muito, pois tinham acabado aqueles desagradáveis problemas decorrentes de outros métodos usados para evitar a gravidez.
A operação foi mais simples do que a extração de um siso que resolvera travar uma batalha com o dentista, há duas semanas. Fui para casa dirigindo meu carro.
Dez dias depois, seguindo a orientação do urologista, fui fazer um espermograma para ver se estava tudo em ordem, ou seja, se eu me tinha tornado estéril.
Entrei no laboratório às 8 da manhã, antes de ir para o trabalho, de terno e gravata. Entreguei o pedido do médico à recepcionista, ela me encaminhou a outra moça que me deu um vidro.
- O Senhor entra naquele banheiro e colhe o material.
- Material ? Que material ?
- O senhor veio fazer um espermograma. Que material o senhor acha que é preciso recolher ?
- Eu não estou em jejum, algum problema ?
Ela preferiu não responder.
Tive a impressão de que as cinco ou seis pessoas me vendo passar no caminho para o banheiro estavam pensando: Lá vai ele se masturbar, às 8 da manhã e de terno e gravata... Mas o olhar suave de uma senhora foi mais gratificante para minha fantasia: Vai, meu rapaz, nós estamos torcendo por você.
O banheiro era um cubículo de um metro quadrado, cheio de caixas de papelão e a única posição possível para colher o material era de frente para o espelho. Era a primeira vez que ia fazer isso, olhando para mim mesmo. Não vou conseguir, pensei. E pensei mais: Em sair, voltar à chatinha da moça e pedir uma revista pornô, ou, melhor ainda, alguém que me ajudasse.
Estava demorando demais e minha imaginação continuou me perturbando: Eu já ouvia baterem à porta, reclamando: E aí ? Vai ficar a manhã toda ?
Depois achei que a circunferência da boca do recipiente era muito pequena para o que fora fazer.
Finalmente, aleluia !
Quando saí do cubículo, o auditório de 5 ou 6 pessoas, que já era de 10 pessoas, aplaudiu entusiasticamente, mas, felizmente, não pediu bis.
Em resumo, Lauredson, expressei-me mal. Meus espermatozóides não se aposentaram. Eles foram premiados por longos anos de serviços prestados. Serviços da mais alta competência.
Vc poderia explicar melhor essa historia de espermatozóide aposentado?
Abraços.
Prezado Lauredson,
Em 1971 eu tinha 31 anos e, como diria a personagem Copélia do Toma lá, Dá Cá, por razões que eu prefiro não comentar, resolvi fazer a operação de vasectomia. Esta esterilização masculina não era muito conhecida e pouco comentada. Quem fazia, não contava, porque havia uma falsa impressão que pudesse afetar o desempenho sexual masculino, causando problemas de ereção.
Quando me decidi pela cirurgia, falei com um amigo que fizera há dois meses e o que ele me relatou é que, por questões meramente psicológicas, seu desempenho havia melhorado muito, pois tinham acabado aqueles desagradáveis problemas decorrentes de outros métodos usados para evitar a gravidez.
A operação foi mais simples do que a extração de um siso que resolvera travar uma batalha com o dentista, há duas semanas. Fui para casa dirigindo meu carro.
Dez dias depois, seguindo a orientação do urologista, fui fazer um espermograma para ver se estava tudo em ordem, ou seja, se eu me tinha tornado estéril.
Entrei no laboratório às 8 da manhã, antes de ir para o trabalho, de terno e gravata. Entreguei o pedido do médico à recepcionista, ela me encaminhou a outra moça que me deu um vidro.
- O Senhor entra naquele banheiro e colhe o material.
- Material ? Que material ?
- O senhor veio fazer um espermograma. Que material o senhor acha que é preciso recolher ?
- Eu não estou em jejum, algum problema ?
Ela preferiu não responder.
Tive a impressão de que as cinco ou seis pessoas me vendo passar no caminho para o banheiro estavam pensando: Lá vai ele se masturbar, às 8 da manhã e de terno e gravata... Mas o olhar suave de uma senhora foi mais gratificante para minha fantasia: Vai, meu rapaz, nós estamos torcendo por você.
O banheiro era um cubículo de um metro quadrado, cheio de caixas de papelão e a única posição possível para colher o material era de frente para o espelho. Era a primeira vez que ia fazer isso, olhando para mim mesmo. Não vou conseguir, pensei. E pensei mais: Em sair, voltar à chatinha da moça e pedir uma revista pornô, ou, melhor ainda, alguém que me ajudasse.
Estava demorando demais e minha imaginação continuou me perturbando: Eu já ouvia baterem à porta, reclamando: E aí ? Vai ficar a manhã toda ?
Depois achei que a circunferência da boca do recipiente era muito pequena para o que fora fazer.
Finalmente, aleluia !
Quando saí do cubículo, o auditório de 5 ou 6 pessoas, que já era de 10 pessoas, aplaudiu entusiasticamente, mas, felizmente, não pediu bis.
Em resumo, Lauredson, expressei-me mal. Meus espermatozóides não se aposentaram. Eles foram premiados por longos anos de serviços prestados. Serviços da mais alta competência.
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