Dom Geraldo revela ter cinco nomes favoritos para conclave
- Cardeal afirma que brasileiros não discutiram a escolha de um candidato em comum à sucessão
ROMA — Quem escolhe o Papa, para os crentes, é o Espírito Santo. E os cardeais costumam dizer que são “iluminados” por ele quando se reúnem num conclave no Vaticano que elegerá o futuro Pontífice: assim sai o nome do sucessor de Bento XVI. Mas um dos 115 cardeais que vão votar no conclave, dom Geraldo Majella - um veterano que em 2005 esteve na lista de cotados para a sucessão de João Paulo II, mas que desta vez não aparece entre os favoritos - já recebeu um sopro com cinco nomes:
Dom Geraldo sorriu e disse:- Algum brasileiro? - perguntou um jornalista.
- De todo lugar, né? De todas as regiões…
E depois o cardeal acrescentou:
- Tenho mais ou menos umas cinco pessoas que estou na marcação - disse, sem revelar segredos de uma escolha que o Vaticano guarda a sete chaves.
Dom Geraldo negou que os cinco cardeais brasileiros que vão participar do Conclave tenham fechado acordo em torno de um nome. Ele falou dos “mistérios da Igreja” e disse que a eleição de um Papa não é uma eleição qualquer:
- Como disse o Papa hoje (quinta-feira), a Igreja é um mistério, no sentido espiritual. Não é um reino deste mundo. Está no mundo, sem ser deste mundo. A preocupação é sempre a mesma: Cristo é a cabeça deste corpo que é a Igreja. Não se trata de uma disputa de lugares (a escolha de um Papa).
Dom Geraldo disse que, no momento, não há ninguém que se sobressaia (como futuro Papa) e que estão “todos mais ou menos nivelados”. Ele descreveu assim a rotina de um conclave:
- O primeiro ato é a missa, logo cedo. Nós levantamos às 6h ou 6h30m. Celebramos a missa, tomamos café e começamos a nos reunir às 8h. Temos momento de reza também, da liturgia das horas.
A votação também segue um ritual:
- Nós teremos na mesa o nome de todos os cardeais presentes. No primeiro escrutínio, a gente vai ter uma dispersão muito grande de votos. Mas pode ser que alguém já apareça com alguns votos à mais.
No segundo escrutínio, explicou, “muitos ficam de lado e alguns começam a emergir e ter uma votação maior”, até que um consiga dois terços. Dom Geraldo diz que já teve contatos com muitos dos cardeais, por conta de seu longo trabalho na Igreja e passagem pelo Vaticano.
- Conheço muitos. Tem alguns que chamam atenção. Alguns que são pessoas que tem qualidades que julgo as necessárias para assumir uma missão.
Outro brasileiro que participará do Conclave, dom Raymundo Damasceno Assis, diz ainda não ter feito sua escolha.
- Não se entra no conclave com nome fechado. Não existe isso. Se você me perguntar se tenho candidato, respondo que não. Vêm nomes na cabeça, mas quem sabe se no conclave não vão aparecer novos? Nós acreditamos sim que se trata de uma eleição, mas não como uma qualquer. É uma eleição em que Deus nos ajuda a encontrar um candidato.
Um comentário:
O Espírito Santo vai fazer hora extra nesta eleição.
Postar um comentário