Depois de endurecer o discurso semana passada em torno de reajuste de 6,14 %, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou nesta terça-feira, pessoalmente, na negociação sobre o reajuste a ser dado a aposentados que ganham acima do salário mínimo. Ele confirmou que o aumento de 7% é o limite, mas sua base aliada no Congresso ameaça impor uma derrota ao governo, aprovando 7,7% na Câmara e no Senado. Só o PMDB pode impedir essa votação nesta quarta-feira, e poderá fazê-lo diante do convite de Lula para um jantar com os senadores da base aliada na quinta-feira.
Na reunião desta terça-feira, Lula enquadrou o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), que defendia os 7,7%, como querem as centrais sindicais, em especial a Força Sindical. A estratégia do governo, aceitando melhorar o reajuste de 6,14% para 7%, foi acertada nesta terça.
Depois da reunião com o presidente, os líderes do governo na Câmara e no Senado, Cândido Vaccarezza (PT-SP) e Jucá, anunciaram que vão negociar os 7% com a base aliada e que aumento acima desse valor será vetado.
- A equipe econômica disse que a Previdência não tem recursos para pagar além disso (6,14%). Vou me esforçar para fazer um acordo com a base para chegar a 7%. Aí, atende à pressão dos aposentados e da base. Depois, nos esforçaremos para repetir o acordo no Senado - disse Vaccarezza, que é o relator da MP 475.
O problema é que Vaccarezza fracassou, até agora, em todas as tentativas de ganhar apoio para os 7%. Enquanto estava com Lula, os discursos em plenário eram a favor do reajuste de 7,7%, que custaria mais R$ 1,6 bilhão e seria o resultado da inflação mais 80% do PIB de 2008. Ao saber do encontro com Lula, o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), disse que vai defender o adiamento da votação até a conversa de Lula com os senadores.
- Não pode ter uma discussão aqui, na Câmara, e outra no Senado. É ruim para os dois. Um lado, porque sai como o fraco, e o outro (que vota um reajuste maior), sai como bonzinho - disse Henrique Alves.
- Se o acordo for consolidado na Câmara, traremos ao Senado. O acordo na Câmara fortalece a posição do Senado e fortalece a possível sanção do presidente. Se for construído o acordo, vai chegar de forma redonda ao presidente - disse Jucá.
Nesta terça-feira, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical, reuniu parlamentares de vários partidos, que insistiram nos 7,7%:
- Aqui, na Câmara, vai dar os 7,7%. Se o Senado também aprovar os 7,7%, duvido que o presidente vete. Ele vai brigar com os aposentados por causa de R$ 600 milhões? Vai gastar mais com o aumento dos juros.
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Ivanildo, eufórico:
- Alvíssaras, chefe, alvíssaras !! Finalmente vou colocar em dia os pagamentos do carnê das Casas Bahia.