quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Os Gays e a Farda - Luiz Garcia

O general Raymundo Nonato de Cerqueira Filho é certamente um homem honesto e corajoso, e está pagando por isso. Indicado para ministro do Suoerior Tribunal Militar, submeteu-se à sabatina de praxe e de lei na Comissão de Justiça do Senado. E fez uma declaração tão sincera quanto polêmica: para ele, homens sexuais não pofem integrar as Forças Armadas porque "soldados não obedeceriam a comandantes gays".É opinião que merece ser discutida - como, de resto, já está sendo. Se o general tivesse razão na sua premissa sobre a atitude da tropa, militares homossexuais representariam risco permanente de indisciplina numa corporação que depende de respeito integral e permanente da disciplina para funcionar.Mas a situação não é tão simples e clara quanto parece a Cerqueira Filho. Em primeiro lugar, o direito à opção sexual é reconhecido pela sociedade. Além disso - e esse tavez seja o dado crucial na avaliação - não existe um padrão universal, único. de compotamento homossexual. Há cidadãos que procuram ser e parecer tão femininos quanto possível. Porque prefeririam ter nascisdo mulheres, ou, sei lá, por sentirem necessidade de exibir ou caricaturar, comportamentos e atitudes femininas. Seja qual for a sua motivação, parecer ser inteiramente razoável admitir que essa postura seja incompatível com uma carreira militar.De resto não se conhecem casos de travestis tentando sentar praça ou se matricular nas Agulhas Negras. Os "comandantes gays" temidos pelo General (e por muitos de seus companheiros de farda) simplesmente não têm esse perfil. São homens que têm atração por homens. É uma forma de identidade sexual não melhor nem pior, mas bem diferente daquela das almas femininas aprisionadas em corpos masculinos.Tem razão o presidente do STM, Marques Soares - um civil, mas isto está longe de vir ao caso - ao dizer que não comete crime algum o militar que não praticar publicamente ato libidinoso, homo ou heterossexuxal. Em suma, para usar expressão antiga, o militar tem que se dar ao respeito. Vale para o recruta e para o general.O mesmo Marques Soares pode não estar certo quando diz que o general não tinha intenção de discriminar homossexuais. Cerqueira não fez outra coisa ao generazlizar, afirmando que "soldados nçao obedeceriam a comantandes gays". Ele parece pressupor que a opção sexual em si, e não o caráter e o comportamento público do militar já bastaria para fazê-lo indigno da carreira militar. Toda organização militar precisa ter normas e critérios visando à preservação da disciplina.Ninguém discute isso. Mas parece ser absurda e pretenciosa a premissa que a opção homossexual de um militar representa inaceitável risco dd escândalo e desordem.

2 comentários:

clara disse...

A coisa toda é muito simples e se resume em todos terem respeito próprio e pela posição que ocupam profissionalmente. Não consigo imaginar um oficial das Forças Armadas abanando plumas enquanto se dirige à tropa, a preferência sexual dele não fica exposta e escancarada o tempo todo. O pessoal tem que parar de ter medo daquilo que não está exatamente dentro dos padrões estabelecidos.

Dr. Carlos disse...

Sabe-se agora que o Suplicy, o maior palerma de todo Senado, mas também o melhor sucedido de todos os oligofrênicos, foi quem botou esse General a fria de ter de responder a essa bobagem. Mera provocação de um idiota (Suplicy) respondida infantilmente por um ingênuo (o General), que deria ter-se saído com um resposta tangencial...