segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Governo da Venezuela obriga rede de lojas Daka a baixar preços de eletrodomésticos


  • Segundo Maduro, empresa manipula preços, lesando a economia do país
  • Neste sábado, centenas de pessoas reuniram-se nas lojas para aproveitar os valores mais baixos


Soldados venezuelanos tentaram controlar a multidão que foi à rede atraída pelos preços mais baixos
Foto: JUAN BARRETO / AFP
Soldados venezuelanos tentaram controlar a multidão que foi à rede atraída pelos preços mais baixos JUAN BARRETO / AFP
CARACAS - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou uma "ocupação" militar na cadeia de lojas de produtos eletrônicos Daka, em uma ofensiva contra o que o governo socialista afirma ser uma manipulação de preços que lesa a economia do país. Gerentes das cinco lojas, com 500 funcionários, foram presos e a empresa foi forçada a vender produtos a “preços justos”, disse o presidente na última sexta-feira. Na manhã deste sábado, centenas de pessoas reuniram-se nas lojas da rede Daka para aproveitar os valores até 50% mais baixos.
- Estamos fazendo isso para o bem da nação - afirmou Maduro, que acusa empresários bem sucedidos e políticos da direita de travarem uma "guerra" econômica contra ele.
- Eu ordenei a ocupação imediata desta rede de lojas para oferecer seus produtos a preços justos. Não deixe nada sobrar no estoque... Vamos vasculhar toda a nação na próxima semana. Esse roubo ao povo tem de parar - complementou.
Maduro, que assumiu o governo após a morte de Hugo Chavez, em abril, parou completamente com as nacionalizações, neste caso, dizendo que autoridades iriam forçar a Daka a vender produtos a preços fixados pelo estado. Críticos afirmam que a inflação galopante do país - a taxa anual é de 54%, a maior desde que Chavez chegou ao poder, em 1999 - ocorre devido a má gestão econômica e ao fracasso das políticas socialistas, e não a empresários inescrupulosos. Muitos economistas preveem uma desvalorização do câmbio venezuelano após as eleições, talvez no começo do próximo ano, mas autoridades do alto escalão negam a previsão repetidamente.
Em janeiro deste ano as autoridades do governo da Venezuela obrigaram as lojas da espanhola Zara no país a fecharem as portas por três dias, como sanção por supostas cobrança excessiva de juros, remarcação de preços e propaganda enganosa praticadas pela rede. A marca de propriedade da Inditex funciona nos país como franquia por meio da companhia Phoenix World Trading.


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